Pix sob ataque: Por que Big Techs e Bancos defendem o sistema brasileiro contra as críticas de Trump

A recente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos colocou o Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro, no centro das críticas do governo de Donald Trump. Acusado de ser uma "prática desleal" por supostamente favorecer serviços estatais em detrimento de empresas privadas, o Pix ganhou defesa pública de grandes empresas de tecnologia (big techs) e do setor financeiro, que destacaram sua eficiência, acessibilidade e papel na modernização do sistema bancário brasileiro.
O contexto da investigação dos EUA sobre práticas comerciais brasileiras
O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) abriu uma investigação contra o Brasil, alegando práticas desleais em setores como etanol, desmatamento e, principalmente, serviços de pagamento eletrônico. O Pix foi citado como um exemplo de suposto favorecimento estatal, com críticas à sua gratuidade e ampla adoção. No entanto, o governo brasileiro e empresas privadas rebateram essas acusações, afirmando que o sistema é inclusivo e não impede a concorrência.
Big techs e empresas financeiras saem em defesa do Pix
Durante reuniões com o vice-presidente Geraldo Alckmin, gigantes como Apple, Meta, Google, Visa e Expedia defenderam o modelo do Pix, destacando sua importância para a inovação e inclusão financeira. Cleber Morais, da AWS (Amazon Web Services), classificou o Pix como uma "tecnologia disruptiva", enquanto Luis Gonçalves, da Dell, elogiou o sistema financeiro brasileiro como um dos mais avançados do mundo.
Os benefícios do Pix para a economia e a sociedade brasileira
- Acessibilidade financeira: O Pix democratizou o acesso a transações eletrônicas, beneficiando milhões de brasileiros, incluindo populações não bancarizadas.
- Eficiência e redução de custos: Eliminou intermediários em pagamentos, reduzindo taxas e agilizando transações.
- Reconhecimento internacional: Empresas como a Núclea e a NAVA destacaram que o Brasil se tornou referência em inovação financeira, inspirando outros países.
- Crescimento do setor: Dados do Banco Central mostram que o Pix não prejudicou cartões de crédito ou débito, que continuam crescendo.
A posição do Banco Central e do governo brasileiro
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, rejeitou as críticas dos EUA, chamando-as de "falsas narrativas". Ele destacou que o Pix complementa outros meios de pagamento e ampliou a infraestrutura financeira do país. O ministro Fernando Haddad também reforçou que não há planos de privatizar o Pix, defendendo-o como uma conquista dos brasileiros.
O impacto geopolítico e o futuro do Pix
As críticas de Trump refletem um conflito maior sobre tecnologia e soberania digital. Enquanto os EUA veem o Pix como uma ameaça a empresas como Apple Pay e Google Pay, o Brasil e suas aliadas no setor privado enxergam o sistema como um modelo de sucesso em inclusão e inovação. Especialistas afirmam que o país poderia até exportar essa expertise para outras nações.
O Pix como símbolo de inovação e resistência
O Pix se tornou muito mais que um sistema de pagamento: é um caso de sucesso em política pública, apoiado tanto pelo governo quanto por empresas privadas. Sua defesa pelas big techs e pelo setor financeiro mostra que, mesmo em meio a tensões comerciais, a ferramenta é vista como um avanço para a economia digital. Enquanto os EUA questionam seu modelo, o Brasil reafirma o Pix como um patrimônio tecnológico e social, que deve ser preservado e ampliado.