Trump defende Bolsonaro novamente: 'Caça às Bruxas' no Brasil? Entenda a polêmica e os processos judiciais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender publicamente o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro em suas redes sociais, classificando as ações judiciais contra ele como uma "caça às bruxas". A postagem, feita na plataforma Truth Social, é a segunda em dois dias e reflete a solidariedade política entre os dois líderes, que mantêm uma relação próxima desde 2018. O caso ganhou destaque internacional e reacendeu debates sobre a judicialização da política no Brasil.

O contexto das declarações de Trump

Trump publicou mensagens em defesa de Bolsonaro:

Na primeira (7 de julho), comparou a situação do ex-presidente brasileiro com a sua própria, alegando perseguição política. Afirmou que Bolsonaro só lutou pelo povo e que o "único julgamento válido" deveria ser nas urnas.
Na segunda (8 de julho), repetiu o termo "caça às bruxas" e pediu que "deixem Bolsonaro em paz", reforçando a ideia de que as ações judiciais são motivadas politicamente.

“Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”

"Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!"

“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”

A relação entre Trump e Bolsonaro

Os dois líderes têm histórico de alinhamento ideológico e elogios mútuos:

Desde 2018, Trump e Bolsonaro se aproximaram por agendas conservadoras e críticas a instituições políticas.
Em maio de 2025, Bolsonaro se reuniu com um representante do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Pita, e afirmou que Trump acompanha os processos judiciais no Brasil.

Os processos contra Bolsonaro

O ex-presidente brasileiro enfrenta múltiplas ações judiciais, incluindo:

Ação penal no STF: Acusado de organização criminosa armada, tentativa de golpe e outros crimes relacionados aos eventos pós-eleição de 2022. Pode receber até 39 anos de prisão.
Inelegibilidade: Condenado pelo TSE por abuso de poder (ataques ao sistema eleitoral em 2022) e uso político de eventos públicos, ficando inelegível até 2030.

Repercussão e análises

As declarações de Trump tiveram impactos no cenário político:

Divisão na esquerda: Alguns setores criticaram a interferência, enquanto outros viram como uma estratégia para mobilizar apoiadores de Bolsonaro.
Movimento pró-anistia: A defesa de Trump fortaleceu grupos que pedem anistia para Bolsonaro, alegando perseguição.
Posicionamento de aliados: O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ecoou o discurso de Trump, defendendo que Bolsonaro deveria ser julgado "pelo povo".

Importância e relevância do caso

Relações internacionais: A intervenção de Trump coloca o caso de Bolsonaro em um contexto global, associando-o a disputas políticas nos EUA.
Crise institucional: O debate sobre "lawfare" (uso político do sistema judicial) ganha força, polarizando ainda mais o cenário brasileiro.
Precedente jurídico: O julgamento de Bolsonaro pode definir como o sistema legal brasileiro lida com acusações de tentativa de golpe.