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segunda-feira, 21 de abril de 2025 às 13:07 GMT+0

Inteligência Artificial e saúde mental: Ameaça ou revolução? Neurocirurgião explica o impacto da IA no cérebro humano

O neurocirurgião Paulo Niemeyer, diretor do Instituto Estadual do Cérebro no Rio de Janeiro, participou do programa CNN Sinais Vitais para discutir os desafios e oportunidades trazidos pela inteligência artificial (IA) à mente humana. Sua análise equilibrada aborda desde os temores de substituição até as aplicações médicas promissoras, oferecendo uma visão crítica e esperançosa sobre o tema.

A suposta "ameaça" da IA ao cérebro humano

Niemeyer iniciou sua fala com uma provocação: "O cérebro está passando por um momento de grande ameaça, que é a substituição pela inteligência artificial". No entanto, ele rapidamente relativizou a afirmação, lembrando que avanços tecnológicos do passado—como a televisão e a internet—também geraram pânico, mas acabaram integrados à sociedade de forma positiva.

  • Histórico de resistência a inovações: Mostra como o medo do novo é recorrente, mas nem sempre se concretiza.
  • IA como ferramenta, não rival: O cérebro humano mantém singularidades, como criatividade e consciência, que a IA não replica.

A ficção versus a realidade pós-humanista

O neurocirurgião criticou teorias que preveem um domínio da IA sobre os humanos, classificando-as como "exercícios de ficção". Para ele, o cérebro sempre será o "mestre", usando a tecnologia como auxílio—não como substituto.

  • Evitar alarmismos: Ajuda a focar em aplicações práticas da IA, em vez de cenários distópicos.
  • Reafirmar a centralidade humana: A tecnologia é uma extensão das capacidades cognitivas, não um rival.

IA na medicina: Avanços e limites

Niemeyer destacou o potencial da IA no tratamento de doenças como o Alzheimer, onde sistemas já ajudam pacientes a recuperar informações genéricas (ex.: dados históricos). Porém, ressaltou uma limitação crucial: a incapacidade de acessar memórias autobiográficas (ex.: "o que você comeu no almoço").

  • Aplicações médicas: Assistência a pacientes com perda de memória.
  • Desafios técnicos: A IA ainda não consegue reproduzir experiências pessoais armazenadas no cérebro.

O futuro: Memórias armazenadas em sistemas?

O especialista especulou sobre um cenário em que a IA poderia guardar memórias individuais, acessíveis por meio de chips ou senhas. Essa ideia, ainda que futurista, levanta questões éticas:

1. Privacidade: Niemeyer defende que apenas o dono das memórias deveria acessá-las.

2. Autonomia humana: O controle sobre os dados mentais seria essencial para evitar distopias.

Uma relação de colaboração, não de competição

A análise de Niemeyer combina cautela e otimismo. Se, por um lado, a IA não substituirá a mente humana, por outro, seu uso responsável pode revolucionar áreas como a saúde e o armazenamento de informações. O segredo, segundo ele, está em garantir que a tecnologia sirva ao ser humano—e não o contrário.

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