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sexta-feira, 22 de novembro de 2024 às 10:30 GMT+0

Crédito barato, produtividade, tecnologia e moeda forte: Como os EUA deixaram o Brasil e a zona do Euro para trás

O crescimento econômico dos Estados Unidos se destaca neste século, consolidando o país como a maior potência econômica mundial. Apesar de o Brasil e a Zona do Euro terem registrado avanços significativos, a distância entre essas economias e os EUA aumentou devido a fatores como produtividade, flexibilidade econômica e liderança tecnológica. Entender esses elementos é essencial para compreender por que os EUA lideram a economia global.

Crescimento econômico: Diferenças entre Brasil, UE e EUA

  • Desde o ano 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passou de US$ 655 bilhões para US$ 2,173 trilhões em 2023, crescendo em média 2,32% ao ano. Essa taxa superou o desempenho da Zona do Euro (1,32%) e dos próprios EUA (2,13%). No entanto, o crescimento proporcional não reduziu a distância econômica:

  • Em 2000, a diferença entre o PIB do Brasil e o dos EUA era de US$ 9,59 trilhões.
    Em 2023, essa diferença saltou para US$ 25,187 trilhões.
    A Zona do Euro também ficou para trás, com sua diferença para os EUA aumentando de US$ 4 trilhões no início do século para quase US$ 12 trilhões em 2023.

Por que isso importa?

  • Embora o Brasil e a Europa tenham crescido, a escala do crescimento dos EUA foi muito mais robusta, consolidando sua influência global.

Fatores que sustentam a supremacia econômica dos EUA

Mercado de trabalho e crédito flexíveis

  • Nos EUA, o crédito é amplamente acessível devido a uma história de juros baixos — raramente acima de 2% entre 2000 e 2023. Isso impulsiona o consumo e a economia de maneira geral.
  • Além disso, o país possui um mercado de trabalho dinâmico, alimentado por décadas de imigração, que traz tanto cientistas quanto trabalhadores essenciais. Essa diversidade fortalece a economia em todos os níveis, enquanto a Europa enfrenta regulamentações rígidas e uma crise demográfica.

Produtividade e educação

  • A produtividade é a base do crescimento econômico sustentável. Segundo o economista Paul Krugman, “no longo prazo, a produtividade é quase tudo”. Nos EUA, investimentos em educação e infraestrutura permitem que o mercado de trabalho seja mais eficiente. Essa abordagem estruturada agrega valor ao capital humano e à cadeia produtiva.

Liderança tecnológica

  • Os EUA lideram globalmente no setor de tecnologia. Empresas no Vale do Silício, como Google e Apple, são exemplos de inovação que impulsionam a economia.
    Em 2023, o setor de tecnologia dos EUA movimentou US 1,285 trilhão, cerca de 40% do mercado global. Comparativamente, o Brasil, com US 49,9 bilhões, e países europeus como Alemanha e França, ficam muito atrás.

Por que isso importa?

  • A capacidade dos EUA de unir educação, tecnologia e flexibilidade econômica cria uma vantagem quase impossível de replicar.

O Papel do Dólar na economia global

O dólar norte-americano se consolidou como moeda padrão mundial após a Segunda Guerra Mundial, na Conferência de Bretton Woods (1944). Essa posição permite aos EUA:

  • Financiar consumo elevado.
  • Sustentar altos níveis de dívida.
  • Estabelecer termos comerciais favoráveis com parceiros globais.

Enquanto o euro tenta competir, ele carece de uma centralização fiscal e política forte como a dos EUA, limitando sua força no comércio internacional.

Lições para o Brasil e a zona do Euro

Brasil: Investir no futuro

O Brasil enfrenta desafios estruturais que limitam seu potencial:

  • Fuga de talentos: Jovens formados em universidades de ponta deixam o país para buscar oportunidades no exterior.
  • Baixa atração de investimentos em tecnologia e inovação.
  • Políticas públicas pouco voltadas para produtividade.

Para crescer, o Brasil precisa investir em educação, infraestrutura e inovação. Políticas públicas que priorizem o desenvolvimento humano e produtivo são essenciais para alcançar melhores resultados.

Zona do Euro: Superar rigidez econômica

  • A economia europeia, embora robusta, sofre com regulamentações excessivas e uma falta de dinamismo tecnológico. Reformas fiscais e maior integração política poderiam aumentar a competitividade da região.

O sucesso dos EUA não é acidental, mas fruto de estratégias que combinam produtividade, tecnologia e flexibilidade econômica. Enquanto Brasil e Zona do Euro mostram potencial, ambos enfrentam desafios estruturais que precisam ser superados para diminuir a distância em relação à maior economia do mundo. A lição central é clara: políticas públicas bem estruturadas e investimentos em educação e inovação são a chave para o crescimento sustentável.

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