Moody's alerta: Condenação de Bolsonaro pode desencadear mais retaliações econômicas dos EUA ao Brasil

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou preocupações que vão além da política interna. A agência de classificação de risco Moody's emitiu um alerta sobre o impacto econômico para o Brasil, especialmente o risco de retaliações dos Estados Unidos.
O alerta da Moody's e o risco de retaliação comercial
- A Moody's Investors Service levantou a preocupação de que a condenação possa agravar as tensões diplomáticas com os EUA. O principal receio é que o governo americano revogue o "Generalized System of Preferences" (GSP), um programa que permite a entrada de produtos brasileiros no mercado americano com tarifas reduzidas ou zero.
- Essa medida tornaria as exportações brasileiras menos competitivas e afetaria diretamente a nossa balança comercial.
Setores brasileiros em risco
A perda do status preferencial do GSP pode impactar de forma significativa alguns setores, como:
- Exportações de aeronaves: Um setor estratégico para o Brasil, com grande importância para a balança comercial.
- Petróleo e derivados: Uma das principais commodities brasileiras, essencial para a geração de superávits comerciais.
- Suco de frutas: Onde o Brasil se destaca como um dos maiores produtores globais, especialmente em suco de laranja.
O sistema financeiro sob a lupa da Moody's
O alerta da Moody's também destaca os riscos para o sistema bancário brasileiro, que representa cerca de 22% do Investimento Estrangeiro Direto (IED) dos EUA no Brasil. A agência aponta que sanções nesse setor podem:
- Interromper operações transfronteiriças: Criando obstáculos para o fluxo de capitais e financiamento do comércio exterior.
- Abalar a confiança dos investidores: A simples ameaça de sanções pode gerar incerteza, levando à fuga de capitais e aumentando o custo de captação para os bancos brasileiros no exterior.
A estabilidade da nota de crédito do Brasil
- Apesar dos riscos, a Moody's ressaltou que a nota de crédito soberana do Brasil (Ba1, com perspectiva estável) não está sob ameaça imediata. O alerta é um sinal de atenção para investidores e formuladores de políticas, e não um prenúncio de uma crise iminente.
A agência enfatiza que a estabilidade econômica do Brasil depende não só de suas políticas internas, mas também de sua habilidade em navegar as águas geopolíticas, especialmente nas relações com os Estados Unidos. O mercado continuará a monitorar de perto esses desenvolvimentos.