STF derruba aumento do IOF no mesmo dia em que Ibovespa bate novo recorde: Entenda o impacto

Nesta sexta-feira (4 de julho de 2025), o mercado financeiro brasileiro registrou movimentos significativos, com o Ibovespa atingindo um novo recorde histórico e o dólar subindo frente ao real. Paralelamente, uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos de decretos e medidas do governo federal e do Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O cenário foi influenciado por declarações de autoridades, dados econômicos e o feriado nos Estados Unidos, que reduziu o volume de negociações globais.
Ibovespa atinge máxima histórica
- O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em 141.263,56 pontos, com alta de 0,24%, marcando seu maior patamar já registrado.
- Essa foi a segunda alta consecutiva, após um desempenho positivo na véspera, ainda que com volume reduzido.
- Na semana, o acumulado foi de +3,21%, refletindo otimismo dos investidores diante do cenário doméstico.
Relevância:
O novo recorde demonstra confiança no mercado acionário brasileiro, impulsionado por expectativas econômicas e decisões judiciais que impactam políticas fiscais.
Dólar sobe após atingir mínima recente
- A moeda norte-americana teve valorização de 0,37%, cotada a
R$ 5,4245
na venda. - Na quinta-feira (3/07), o dólar havia fechado no menor nível em mais de um ano, mas ainda acumulava queda de 0,44% na semana.
Contexto:
A oscilação ocorreu em um dia de baixa liquidez devido ao feriado do Dia da Independência nos EUA, mas também refletiu reações a falas do presidente Lula e aos dados de preços ao produtor.
Decisão do STF sobre o IOF
- O ministro Alexandre de Moraes suspendeu liminarmente os efeitos dos decretos presidenciais que aumentavam as alíquotas do IOF, bem como a decisão do Congresso que sustava a medida.
- O impasse ocorreu após o governo tentar elevar a tributação sobre operações financeiras, gerando divergências entre os Poderes.
Impacto:
A medida judicial cria um cenário de incerteza regulatória, mas também sinaliza a atuação do STF como mediador em conflitos entre Executivo e Legislativo.
Cenário doméstico: Falas e dados econômicos
- Declarações de Lula: Em evento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o presidente criticou políticas de austeridade, afirmando que elas ampliam desigualdades: "Sempre que se fala em austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico".
- Dados do IBGE: Os preços ao produtor tiveram em maio a maior queda desde junho de 2023, sinalizando desaceleração inflacionária em setores industriais.
Análise:
As falas de Lula reforçam a divergência entre o governo e o mercado sobre política econômica, enquanto os dados do IBGE sugerem alívio em custos para empresas.
Cenário externo: EUA em foco e tensões comerciais
-
Os mercados internacionais operaram em ritmo mais lento devido ao feriado do Dia da Independência dos EUA, reduzindo o volume global de negociações.
-
No entanto, os investidores mantiveram atenção nas discussões comerciais entre Washington e seus parceiros, com o prazo para evitar novas tarifas se aproximando.
-
Na quinta-feira (3/07), o presidente Donald Trump anunciou que os EUA começariam a enviar cartas aos países nesta sexta-feira especificando as taxas tarifárias que deverão ser pagas sobre exportações. Essa medida representa uma mudança em relação à proposta inicial de fechar acordos individuais, aumentando as preocupações com uma escalada protecionista.
Implicações:
A decisão dos EUA pode intensificar as tensões comerciais globais, afetando o fluxo de comércio internacional e pressionando as moedas de países exportadores, como o Brasil.
A combinação de fatores internos e externos moldou um dia volátil nos mercados brasileiros. Enquanto o Ibovespa celebrou um novo recorde, impulsionado por otimismo local, o dólar reagiu a incertezas fiscais e ao cenário internacional. A decisão do STF sobre o IOF adicionou um elemento institucional relevante, destacando os desafios na coordenação entre os Poderes. No exterior, as mudanças na política comercial dos EUA, com a imposição unilateral de tarifas, podem trazer novos ventos de cautela para os investidores. Os próximos dias devem ser decisivos para consolidar ou reverter essas tendências.