Copa do Mundo 2026: Azarões ou heróis? As seleções que carregam a esperança de nações inteiras
O sorteio dos grupos da Copa do Mundo FIFA de Futebol Masculino 2026 acontecerá em Washington DC (Estados Unidos) na sexta-feira (5/12), às 14h (horário de Brasília). Enquanto os torcedores das potências do futebol aguardam, a história da Copa também é feita pelas seleções que desafiam as probabilidades.
Com um recorde de 48 países participantes, o torneio de 2026 promete ser palco de estreias emocionantes e de histórias de superação. Para quem não tem sua seleção classificada, torcer por um "azarão" pode ser a grande emoção do próximo ano.
Os menores países no palco global
A Copa do Mundo de 2026 está quebrando recordes de representatividade, trazendo nações diminutas que farão história.
1. Curaçao: O novo recordista em pequenez
- Com apenas 155 mil habitantes e 444 km², é o menor país já classificado para a Copa do Mundo em termos de população e área.
- Sua população inteira caberia, em sua maioria, no estádio da final, o MetLife Stadium.
- Será comandado pelo holandês Dick Advocaat, que aos 78 anos se tornará o técnico mais idoso na história do torneio. Advocaat descreveu a classificação como "a conquista mais maluca que já consegui".
2. Cabo Verde: Estreia histórica dos tubarões azuis
- Este arquipélago de língua portuguesa no Atlântico se classificou pela primeira vez.
- Conseguiu a vaga ao vencer seu grupo nas eliminatórias africanas, deixando para trás potências como Angola e Camarões.
- A seleção se fortaleceu com a diáspora, incluindo o zagueiro Roberto "Pico" Lopes, que nasceu e joga na Irlanda e foi convocado pela primeira vez via LinkedIn, demonstrando o alcance global da equipe.
3. Uzbequistão: Os lobos brancos chegam ao topo
- Após sete eliminatórias consecutivas caindo na fase de classificação, o Uzbequistão garante sua vaga na Copa.
- O futebol do país se desenvolveu após ter estrelas como Rivaldo e Zico (como técnico) no clube local Bunyodkor em 2008.
- A classificação veio sob o comando do ex-zagueiro italiano Fabio Cannavaro, capitão da seleção campeã de 2006.
4. Jordânia: Da final da copa asiática para o mundo
- O país garantiu sua inédita vaga na Copa, celebrada após a vitória contra Omã.
- Seu progresso é notável, tendo chegado à final da Copa Asiática de 2023 (eliminando a Coreia do Sul) e perdendo apenas para o Catar na decisão.
- O técnico marroquino Jamal Sellami dedicou a conquista a "todos os que acreditaram" no projeto.
Triunfos sobre a adversidade e conflitos
Para algumas seleções, a classificação é mais do que um feito esportivo, é um símbolo de esperança para nações que enfrentam sérios conflitos.
Haiti: O retorno após meio século de espera
- O Haiti volta à Copa pela primeira vez desde 1974.
- O técnico francês Sebastien Migne, devido aos conflitos internos no país, não conseguiu sequer visitá-lo desde que assumiu o cargo.
- Com cerca de 1,3 milhão de deslocados devido à violência, os jogadores são vistos como embaixadores de um país que precisa desesperadamente de motivos para comemorar.
República Democrática do Congo: Em busca de boas notícias
- O país, devastado por mais de 30 anos de conflitos no leste, está a uma vitória de retornar à Copa.
- Os Leopardos esperam oferecer alegria a uma nação com imensa necessidade de boas notícias.
- Após eliminar Camarões e Nigéria na repescagem continental, a RD Congo enfrentará a Jamaica ou a Nova Caledônia para garantir sua primeira participação desde 1974 (quando ainda era Zaire).
Outros azarões em jogo na repescagem
A repescagem de março definirá os últimos classificados e pode trazer mais surpresas:
- Iraque: O país, com histórico recente de conflitos, busca sua segunda Copa (a primeira foi em 1986) após uma dramática vitória na repescagem asiática contra os Emirados Árabes Unidos.
- Nova Caledônia: Com uma população de apenas 250 mil habitantes, o arquipélago chega pela primeira vez à repescagem e enfrenta um desafio duplo para se classificar.
- Suriname: Atualmente no 123º lugar do ranking FIFA, é o país com a pior classificação que ainda tem chances, dependendo de duas vitórias na repescagem. Antiga colônia holandesa, busca sua vaga contando com jogadores da diáspora.
O futuro da Copa do Mundo
- A Copa do Mundo de 2026, com 48 seleções, será a maior edição da história. Embora alguns críticos apontem para uma possível disparidade, a expansão garante a realização de sonhos e a inclusão de nações que nunca tiveram a chance de participar.
A FIFA já discute a possibilidade de expandir o torneio de 2030 (a ser disputado em Espanha, Portugal, Marrocos, Uruguai, Paraguai e Argentina) para 64 seleções, indicando que o crescimento da competição deve continuar.
