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terça-feira, 29 de agosto de 2023 às 12:58 GMT+0

O que acontece ao parar repentinamente os remédios para depressão e ansiedade?

No cenário contemporâneo, a saúde mental tem se destacado como um componente essencial da qualidade de vida. Com uma prevalência de aproximadamente 10% da população mundial afetada por transtornos mentais, o impacto dessas condições é amplamente reconhecido.

Especificamente na América Latina, o Brasil lidera com números alarmantes de indivíduos relatando ansiedade e depressão, apontando para uma crescente preocupação com o bem-estar psicológico. Paralelamente, o aumento na procura por medicamentos psiquiátricos é notável, destacando a importância de entender a relação entre o uso e a interrupção desses tratamentos. Este resumo explora os efeitos e implicações de interromper abruptamente a medicação para depressão e ansiedade, sublinhando a necessidade de uma abordagem contínua e informada para a saúde mental.

Pontos Importantes:

  • Cenário Global dos Transtornos Mentais: Cerca de 10% da população mundial enfrenta transtornos mentais, conforme a Organização Mundial da Saúde. Na América Latina, o Brasil lidera com quase 19 milhões de pessoas relatando ansiedade e depressão.

  • Prevalência no Brasil: No Brasil, 7% da população considera sua saúde mental como precária ou muito ruim, com taxas maiores entre mulheres e jovens de 16 a 24 anos. O uso de remédios psiquiátricos aumentou em 58% entre 2017 e 2021, e 1 em cada 6 pessoas maiores de 16 anos usa esses medicamentos.

  • Os Riscos de Parar Repentinamente: A interrupção abrupta dos medicamentos psiquiátricos é uma prática comum, muitas vezes devido à ilusão de melhora ou efeitos colaterais. No entanto, especialistas alertam sobre os prejuízos imediatos e a longo prazo dessa abordagem.

  • Impactos da Interrupção: A síndrome de retirada, caracterizada por sintomas como enjoo, cansaço e tontura, pode ocorrer mesmo após um único dia sem medicação. Mais da metade das pessoas que tentam interromper antidepressivos experienciam sintomas adversos, com quase metade considerando-os graves.

  • Possíveis Consequências: A interrupção abrupta dos medicamentos pode levar ao retorno intenso dos sintomas originais. Além disso, pacientes que responderam bem inicialmente podem ter uma resposta mais lenta ou resistência ao retomar o tratamento.

  • Motivos para a Interrupção: A melhoria aparente dos sintomas pode levar à interrupção, mas isso ocorre antes da melhoria física no cérebro. Compreender a natureza de longo prazo do tratamento é crucial para a saúde mental contínua.

  • Desafios no Uso Contínuo: Muitos pacientes não veem o tratamento como uma busca contínua pela saúde mental. A busca por alívio imediato pode ignorar a compreensão do transtorno e a manutenção da saúde mental ao longo do tempo.

  • Efeitos Colaterais: Efeitos colaterais comuns dos medicamentos psiquiátricos incluem redução da libido, sonolência, ganho de peso e distúrbios gastrointestinais. Os profissionais de saúde devem atentar a isso e discutir alternativas com os pacientes

  • Ação dos Medicamentos no Cérebro: Medicamentos para transtornos mentais alteram os sinais elétricos do cérebro, regulando a produção de neurotransmissores e aumentando a transmissão de sinais entre células cerebrais.

  • Desmame Correto: Parar de tomar medicamentos psiquiátricos deve ser gradual para evitar mudanças abruptas no funcionamento cerebral. O processo de desmame deve ser orientado por um médico e levar em consideração a melhora dos sintomas e um período de uso contínuo.

A interrupção repentina de medicamentos para depressão e ansiedade pode resultar em consequências graves, tanto imediatas quanto a longo prazo. Compreender a natureza de longo prazo do tratamento, os efeitos colaterais possíveis e o processo adequado de desmame é fundamental para uma abordagem eficaz na gestão da saúde mental.

"É importante consultar um psiquiatra para avaliar o mais adequado para o seu tipo de medicação e quadro". ( Vanessa Favaro, Médica na HCFMUSP)

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