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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025 às 12:16 GMT+0

Por que o Brasil não tem bomba atômica? Descubra os segredos por trás dessa decisão

O Brasil é uma das maiores potências econômicas e militares da América Latina, mas nunca desenvolveu armas nucleares. Isso não aconteceu por falta de capacidade, e sim por decisões políticas, acordos internacionais e pressões externas. Mas será que o país já tentou criar uma bomba? E quais foram os motivos para desistir?

O que é o "relógio do juízo final" e por que ele importa?

O mundo vive sob a ameaça de uma guerra nuclear. O Relógio do Juízo Final, um símbolo criado por cientistas atômicos para medir o risco de destruição global, está atualmente a 89 segundos da meia-noite, a menor margem da história. Esse alerta indica que o perigo de um conflito nuclear nunca foi tão alto.

Fatores que aumentam esse risco:

1. Tensões entre potências nucleares, como Estados Unidos, Rússia e China
2. Uso de inteligência artificial para operações militares
3. Biotecnologia avançada e sua aplicação na guerra
4. Mudanças climáticas extremas e crises internacionais

Apesar desse cenário preocupante, apenas nove países possuem armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte. O Brasil, apesar de sua capacidade tecnológica, nunca entrou nesse grupo.

O Brasil já tentou desenvolver armas nucleares?

Sim, o Brasil já flertou com a ideia de construir uma bomba atômica, principalmente durante a Ditadura Militar (1964-1985). Na época, havia um interesse em tornar o país mais independente e poderoso no cenário internacional.

Principais momentos dessa tentativa:

  • Acordo nuclear com a Alemanha (1975): O Brasil recebeu tecnologia avançada para enriquecimento de urânio, o que poderia ser um passo para a criação de armas nucleares.
  • Construção de túneis na Serra do Cachimbo (Pará): Havia suspeitas de que esses túneis seriam usados para testes nucleares subterrâneos, como os realizados pelos EUA e pela União Soviética.
    Mesmo com esses esforços, o Brasil nunca chegou a construir ou testar uma bomba.
  • Projetos secretos durante a ditadura: Cada uma das Forças Armadas seguiu um caminho próprio:
    Exército: Desenvolvimento de um reator para produção de plutônio
    Aeronáutica: Pesquisa sobre enriquecimento de urânio via laser
    Marinha: Desenvolvimento de um submarino nuclear

O que impediu o Brasil de seguir adiante?

Mesmo com a vontade política de alguns setores, o Brasil encontrou três grandes obstáculos para desenvolver uma bomba atômica:

1. Falta de uma ameaça externa clara

Diferente de países como Israel, Índia ou Coreia do Norte, o Brasil nunca teve um inimigo próximo que justificasse a criação de um arsenal nuclear. A defesa nacional sempre foi baseada na diplomacia e não em armamentos pesados.

2. Pressão internacional

Os Estados Unidos e outras potências sempre ficaram de olho nos avanços nucleares do Brasil. Sempre que o país tentava dar um passo além na pesquisa nuclear, havia sanções e restrições para impedir que armas fossem desenvolvidas.

3. Acordos internacionais assinados pelo Brasil

Nos anos 1990, o Brasil adotou uma postura mais pacífica e assinou tratados que impediram qualquer avanço no setor militar nuclear:

Como o Brasil usa sua tecnologia nuclear hoje?

Mesmo sem armas atômicas, o Brasil avançou bastante na área nuclear. Hoje, a tecnologia é utilizada principalmente para energia e pesquisa científica.

Principais usos da energia nuclear no Brasil:

1. Usinas nucleares: O país possui três usinas em Angra dos Reis (RJ), que ajudam a produzir eletricidade.
2. Medicina nuclear: Uso de radioatividade para diagnóstico e tratamento de doenças, como câncer.
3. Submarino nuclear: A Marinha brasileira está desenvolvendo um submarino de propulsão nuclear para aumentar sua capacidade de defesa naval. Esse projeto não envolve armas nucleares, apenas o uso da energia nuclear para movimentar o submarino.

O Brasil poderia construir uma bomba atômica hoje?

Sim, tecnicamente o Brasil tem conhecimento e recursos para construir uma bomba nuclear, mas há várias razões pelas quais isso não deve acontecer:

  • Compromissos diplomáticos: O Brasil teria que sair de tratados internacionais, o que causaria isolamento político.
  • Custo alto: Desenvolver armas nucleares é extremamente caro e exigiria bilhões de dólares, desviando recursos de outras áreas importantes.
  • Reação internacional: Países como EUA e União Europeia provavelmente aplicariam sanções econômicas contra o Brasil.
  • Mudança de imagem global: O Brasil é visto como um país pacífico e sem envolvimento em conflitos. O desenvolvimento de armas nucleares poderia prejudicar essa reputação.

O Brasil teve oportunidades e tecnologia para desenvolver armas nucleares, mas escolheu um caminho diferente. Em vez de investir em um arsenal atômico, o país apostou na diplomacia e no uso pacífico da energia nuclear.

Mesmo assim, o mundo ainda vive sob a ameaça de um conflito nuclear, com potências como Estados Unidos, Rússia e China mantendo arsenais ativos. O Brasil, por sua vez, continua apostando em sua estratégia de paz e cooperação internacional, mantendo-se longe da corrida armamentista.

A grande questão que fica é: diante das novas ameaças globais, o Brasil continuará firme em sua posição ou um dia poderá mudar de ideia?

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