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segunda-feira, 29 de setembro de 2025 às 10:25 GMT+0

Ciência contra o "chulé": A pesquisa que "cheira" a inovação

Um problema universalmente embaraçoso: O mau cheiro dos sapatos encontrou uma resposta científica séria. Diante do constrangimento social (mais da metade das pessoas já se sentiu envergonhada por ele), o professor de design Vikash Kumar e seu ex-aluno Sarthak Mittal transformaram o "chulé" em objeto de estudo.

A gênese de um problema 'fedorento'

A ideia surgiu da simples observação em alojamentos universitários: Sapatos eram frequentemente deixados fora dos quartos devido ao forte odor. Mittal e Kumar perceberam que os truques caseiros, como bicarbonato ou sachês de chá, eram ineficazes contra o verdadeiro vilão: o suor frequente e o uso constante dos calçados. A pergunta central era: "Se nossos tênis fedem, isso não arruína toda a experiência de usar uma sapateira?"

Desvendando o mistério: O culpado biológico

A investigação seguiu um método científico rigoroso. Um inquérito com 149 estudantes confirmou a universalidade do problema, mas o passo crucial foi a identificação do culpado: a bactéria Kytococcus Sedentarius. Este microrganismo prolifera no ambiente úmido do sapato e libera compostos voláteis de enxofre, que causam o odor pungente e característico, muitas vezes descrito como "parecido com queijo podre".

A solução científica: O poder controlado da luz UVC

Em vez de desodorantes, a solução encontrada foi a esterilização por Luz Ultravioleta C (UVC), concentrada na área dos dedos, onde o acúmulo bacteriano é maior.

Os testes práticos com sapatos de atletas (odor acentuado) revelaram a eficácia e, crucialmente, o tempo ideal de exposição:

  • O "ponto doce" (2-3 minutos): Foi o tempo ideal para eliminar as bactérias. O odor forte inicial ("queijo podre") foi reduzido para um suave "cheiro de borracha queimada".
  • Frescor total (6 minutos): Após seis minutos, os sapatos estavam completamente sem odor e frescos.
  • Risco de excesso (10-15 minutos): O calor excessivo da luz danificou o calçado, resultando em um forte cheiro de "borracha queimada". O controle do tempo era, portanto, essencial.

Mais que um cheiro bom: Relevância e reconhecimento

O estudo transcendeu a simples eliminação do mau cheiro, gerando importantes implicações:

  • Inovação e design: Os pesquisadores propuseram um protótipo de sapateira com lâmpadas UVC integradas, transformando um objeto doméstico comum em um dispositivo de higienização ativa.
  • Bem-estar: Oferece uma solução baseada em evidências que combate o constrangimento, melhorando o conforto psicológico e a qualidade de vida.
  • O valor da curiosidade: O trabalho foi reconhecido com o Ig Nobel, um prêmio dado a descobertas que "primeiro fazem as pessoas rir, e depois pensar". Este reconhecimento celebra a criatividade e a paixão por investigar cientificamente até mesmo o que parece trivial.

A jornada de Kumar e Mittal prova que a ciência pode, sim, acabar com o mau cheiro dos sapatos, validando a importância de se aplicar o rigor científico a todos os aspectos do cotidiano.

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