Brasil e China: O eixo do futuro? Entenda a parceria bilionária que molda a economia global

Em um cenário global de incerteza, com guerras comerciais e busca por novas alianças, a parceria entre Brasil e China se destaca como um eixo fundamental. Essa relação se fortalece à medida que países procuram diversificar seus parceiros comerciais, diminuindo a dependência de mercados tradicionais.
A China, nesse contexto, surge como uma opção de longo prazo, consolidando-se como um parceiro consistente para o Brasil, tanto comercialmente quanto em investimentos. A parceria entre os dois países é um pilar importante para um novo multilateralismo, reforçando a relevância de grupos como o BRICS.
A ascensão chinesa como potência de investimento
A China, antes apenas receptora de capital, se tornou um dos maiores investidores globais. Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) mostram que, em 2022, o país foi a terceira maior fonte de investimento direto externo do mundo.
Essa evolução pode ser dividida em três fases:
1.
Fase restrita (1978–1999): Abertura inicial da economia.
2.
Fase relaxada (2000–2016): Expansão acelerada dos investimentos.
3.
Fase regulada (a partir de 2016): Maior controle e foco estratégico nos investimentos.
Fortalecimento da parceria: Da diplomacia aos negócios
As relações diplomáticas entre Brasil e China, estabelecidas em 1974, evoluíram significativamente, culminando na Parceria Estratégica Global de 2012. Essa parceria é refletida em números impressionantes:
- Investimento bilionário: Entre 2007 e 2022, o Brasil recebeu
US$ 71,6 bilhões
em investimentos chineses, em 235 projetos. - Liderança regional: O Brasil é o principal destino de capital chinês na América do Sul, atraindo 48% do total investido na região.
- Diversificação de setores: Os investimentos, antes focados em commodities, hoje se expandem para áreas como energia elétrica, infraestrutura, finanças e tecnologia.
O caso do Rio de Janeiro: Um exemplo prático de investimento
O estado do Rio de Janeiro é um estudo de caso que exemplifica a presença do capital chinês. Entre 2010 e 2021, o estado recebeu US$ 18,9 bilhões
, tornando-se o terceiro maior destino no Sudeste.
- Foco em recursos naturais: Cerca de 88% dos investimentos foram direcionados para a aquisição e exploração de petróleo e gás, com a atuação de gigantes estatais como Sinopec e Sinochem.
- Infraestrutura estratégica: Empresas como a State Grid investiram em projetos cruciais, como as linhas de transmissão de energia (Xingu-Rio) e o parque termelétrico do Porto do Açu.
- Mercado interno: Os 12% restantes de investimento focaram em setores orientados para o mercado brasileiro, como o automotivo e de infraestrutura.
Por que essa parceria é tão importante para o Brasil?
- Diversificação de mercados: Reduz a dependência de um único parceiro, tornando a economia mais resiliente.
- Atração de capital: Garante investimentos em setores vitais para o desenvolvimento, como infraestrutura e energia.
- Fortalecimento global: Reforça o papel do Brasil em blocos emergentes, promovendo um sistema internacional mais equilibrado.
- Desenvolvimento regional: Os investimentos impulsionam as economias locais e a geração de empregos em diversas partes do país.
- Segurança para commodities: Assegura um mercado estável e de grande volume para as exportações brasileiras.
Desafios e oportunidades à frente
A relação entre Brasil e China vai muito além do comércio. É uma Parceria Estratégica Global que, com investimentos em áreas críticas, pode impulsionar o desenvolvimento nacional. O grande desafio para o Brasil é criar políticas públicas e uma estratégia de longo prazo para maximizar os benefícios dessa parceria, como o acesso a tecnologia e a criação de empregos, garantindo que os interesses nacionais sejam sempre a prioridade. Essa é, sem dúvida, uma das relações internacionais mais significativas para o Brasil no século XXI.