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sábado, 12 de julho de 2025 às 10:30 GMT+0

China sai em defesa do Brasil e Trump fala em encontro com Lula: Entenda o que está por trás da tensão comercial e política

A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo após a imposição de uma tarifa de 50% por parte do governo Trump sobre produtos brasileiros. A medida provocou reações imediatas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também da China, que saiu em defesa do Brasil e criticou a ação norte-americana como um ato de coerção e interferência na soberania brasileira.

A origem do conflito: Tarifas americanas sobre produtos do Brasil

O presidente Donald Trump, de volta ao poder, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A justificativa apresentada à diplomacia brasileira inclui três alegações:

1. A suposta "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro

2. Uma alegada censura por parte do Supremo Tribunal Federal a plataformas digitais americanas

3. E o que chamou de “relação comercial injusta” entre os dois países, apesar de a balança comercial atual ser favorável aos Estados Unidos

A medida foi recebida com indignação pelo governo brasileiro, que prometeu retaliação e passou a discutir estratégias com aliados. A fala do presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) indicou que a "lei da reciprocidade" poderá ser utilizada, ainda que como último recurso.

A resposta da China e sua importância geopolítica

  • A China rapidamente condenou as tarifas de Trump, apontando que são instrumentos de intimidação utilizados contra países que resistem aos interesses dos Estados Unidos. Para o Ministério do Comércio da China, essas ações configuram “coerção econômica” e ameaçam a soberania das nações atingidas. A posição chinesa reforça sua estratégia internacional de se apresentar como defensora da multipolaridade e da cooperação entre os países em desenvolvimento.
  • Apesar da crítica direta ao governo americano, a China segue mantendo canais diplomáticos abertos com os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Li, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em uma conversa considerada construtiva por ambas as partes. Há expectativa de um possível encontro entre Donald Trump e Xi Jinping.
  • Esse posicionamento estratégico da China mostra sua habilidade em fazer oposição pontual sem romper com os interesses globais, aproveitando-se da instabilidade causada por políticas unilaterais dos EUA para se aproximar de parceiros como o Brasil.

Trump acena a Lula, mas defende Bolsonaro

  • Mesmo após o anúncio do tarifaço, Donald Trump afirmou que poderá se reunir com o presidente Lula. Contudo, ainda não há previsão de data para esse encontro. Os dois líderes nunca se reuniram desde o retorno de Trump à Casa Branca.
  • Em contrapartida, Trump continua expressando apoio público ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de "homem muito honesto" e dizendo que ele está sendo tratado de forma injusta pelo atual governo brasileiro e pelo sistema judicial.
  • Essa postura evidencia que, mesmo com a possibilidade de diálogo institucional, Trump mantém uma leitura ideológica das relações internacionais, utilizando argumentos internos do Brasil como base para decisões comerciais e diplomáticas externas, o que pode agravar as tensões.

Contexto internacional e impactos econômicos

O aumento das tarifas ocorre em um momento de retomada de acordos comerciais entre países em desenvolvimento, e pode gerar:

  • Aumento dos preços de exportações brasileiras nos EUA
  • Redução da competitividade dos produtos nacionais no mercado americano
  • Instabilidade no câmbio e na bolsa brasileira, a depender da escala da retaliação.

Além disso, o movimento americano fere os princípios da OMC (Organização Mundial do Comércio), pois utiliza argumentos políticos e ideológicos em decisões comerciais. A arrecadação dos Estados Unidos com tarifas chegou a um recorde de 27,2 bilhões de dólares apenas em junho, sinalizando que a estratégia tarifária está sendo usada não apenas como ferramenta econômica, mas também como arma geopolítica.

O que esperar?

  • A imposição das tarifas por Donald Trump contra o Brasil representa muito mais do que uma decisão econômica: trata-se de um movimento político com motivações ideológicas, que afeta diretamente a soberania brasileira e coloca em xeque os fundamentos do comércio internacional justo. A reação imediata da China, se posicionando contra a medida e a favor do Brasil, mostra uma tentativa clara de reforçar laços com parceiros estratégicos, ao mesmo tempo em que busca se contrapor à hegemonia econômica dos Estados Unidos.
  • A fala de Trump, que mistura interesses comerciais com defesa política de Bolsonaro, evidencia o quanto sua política externa é marcada por alianças ideológicas e não necessariamente por pragmatismo diplomático. O Brasil, nesse cenário, precisa agir com firmeza, mas também com estratégia, mantendo diálogo com potências como China e União Europeia, diversificando mercados e fortalecendo sua posição nos fóruns internacionais.

As próximas movimentações do Itamaraty e do Palácio do Planalto serão cruciais para definir não apenas os rumos da relação Brasil-EUA, mas também o papel do Brasil no novo equilíbrio geopolítico que está se desenhando.

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