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sexta-feira, 31 de outubro de 2025 às 14:02 GMT+0
Missão Washington: Alckmin tenta "trégua" no tarifaço de Trump - Terras raras na mesa - O futuro do comércio EUA-Brasil
O governo brasileiro deu início a um movimento diplomático estratégico de alta relevância para reverter as altas tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos, que afetam severamente produtos nacionais. A iniciativa busca restaurar a competitividade e a previsibilidade nas relações comerciais bilaterais.
Liderança e objetivo central da missão
- Comitiva de alto nível: A missão será liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, sinalizando a prioridade que o governo brasileiro atribui ao tema.
- A meta imediata: A 'trégua' tarifária: O principal foco é negociar com o governo norte-americano uma redução temporária das tarifas. A proposta brasileira é que a alíquota caia dos atuais 50% para 10% por um período de 90 dias.
- Janela de negociação: Este alívio tarifário de 90 dias visa criar um ambiente menos pressionado para que ambos os países possam discutir e formular um acordo comercial mais complexo e de longo prazo.
O cenário e o prazo das negociações
- Processo prolongado: O setor produtivo e os negociadores brasileiros estimam que a resolução completa da questão tarifária demandará entre 60 e 90 dias, não descartando que o desfecho final ocorra somente em 2026.
- Sinalização positiva: A abertura para o diálogo foi sinalizada pelo presidente Donald Trump, após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A pauta estratégica: Terras raras e mais
As discussões em Washington vão além da simples suspensão de tarifas, abrangendo temas de cooperação estratégica:
- Terras raras (O trunfo brasileiro): O tópico de maior destaque é a possível colaboração bilateral para a exploração de terras raras.
- Importância global: Estes minerais são essenciais para a transição energética e tecnológica (carros elétricos, turbinas eólica, eletrônicos de ponta).
- Barganha geopolítica: Uma parceria nesse setor pode ser um elemento chave de barganha, alinhando-se ao interesse americano em diversificar suas cadeias de suprimentos, hoje muito dependentes da China.
- Outros temas em pauta (Contexto adicional): Negociações informais indicam que os EUA também priorizam o acesso ao mercado de etanol no Brasil e a discussão sobre a regulamentação de Big Techs.
Relevância da missão para o Brasil
- Alívio econômico direto: A redução temporária das tarifas injetaria fôlego na balança comercial, beneficiando de imediato setores como siderurgia e agronegócio, que recuperariam competitividade nos EUA.
- Estabilidade bilateral: A missão busca normalizar e tornar mais previsível a relação entre as duas maiores economias das Américas, crucial para o planejamento de longo prazo das empresas.
- Posicionamento no futuro: Ao colocar as terras raras na mesa, o Brasil se posiciona como um player importante no debate sobre commodities estratégicas do futuro e pode atrair investimentos em alta tecnologia.
Este movimento representa um passo crucial para desbloquear a relação comercial Brasil-EUA. Embora a determinação do governo brasileiro seja alta, a complexidade da pauta e o histórico de uso de tarifas por parte dos EUA indicam que o caminho para um acordo definitivo será longo e desafiador.
