O Pix é o futuro do dinheiro? Nobel de economia diz que sim e critica a resistência dos EUA

O economista americano Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008 e professor da Universidade da Cidade de Nova York, publicou um artigo em 22 de julho de 2025 destacando o sistema de pagamentos instantâneos Pix como um modelo inovador que pode representar "o futuro do dinheiro". Em contraste, Krugman critica as recentes decisões dos Estados Unidos sobre criptomoedas e moedas digitais, apontando riscos e retrocessos.
O Pix como exemplo de sucesso
- Inovação brasileira: Krugman destaca que o Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central do Brasil, tornou-se um sistema massivamente adotado, usado por 93% dos adultos brasileiros. Ele substitui gradualmente o dinheiro físico e cartões, oferecendo transações quase instantâneas e de baixo custo.
- Vantagens: O sistema é público, eficiente e promove inclusão financeira, alcançando resultados que as criptomoedas prometiam, mas não entregaram.
- Comparação com os EUA: Enquanto o Pix é amplamente utilizado, apenas 2% dos americanos usaram criptomoedas para pagamentos em 2024. Além disso, o Pix não apresenta riscos como fraudes ou sequestros por chaves de criptografia.
As críticas de Krugman às políticas americanas
- Lei Genius Act: Krugman alerta que a primeira grande legislação de criptomoedas dos EUA, aprovada no governo Trump, pode facilitar fraudes e crises financeiras.
- Rejeição às moedas digitais públicas: Os EUA proibiram a criação de uma moeda digital do banco central (CBDC), sob alegações de privacidade. Krugman argumenta que o real motivo é o lobby bancário, que teme a concorrência de um sistema público.
- Falta de avanço: Para o economista, os EUA estão presos a "fantasias cripto" e interesses privados, enquanto outras nações, como o Brasil, avançam em soluções práticas.
O contexto político e econômico
- Diferenças institucionais: Krugman contrasta a postura do Brasil, que "julga ex-presidentes que tentam anular eleições", com a resistência americana a sistemas públicos.
- Real digital: O Pix é visto como um passo inicial para a possível criação de um real digital, que coexistiria com o dinheiro físico.
- Críticas a Trump: O Nobel também condena as tarifas impostas por Trump ao Brasil, classificando-as como "proteção a ditadores" e sem justificativa econômica.
O Brasil como referência e os desafios globais
Paul Krugman enxerga o Pix como um caso de sucesso que outros países deveriam estudar, especialmente pela eficiência, inclusão e baixo custo. Enquanto isso, os EUA seguem reféns de disputas políticas e interesses financeiros, retardando avanços similares. A análise de Krugman reforça a importância de sistemas públicos robustos e a necessidade de equilíbrio entre inovação e regulamentação. O Brasil, nesse cenário, surge não apenas como um exemplo técnico, mas também como um contraponto político às escolhas americanas.