Petróleo em alta e Bolsa em queda: Como a guerra geopolítica impacta o preço da gasolina e as ações na economia global

Nesta segunda-feira, 23 de junho de 2025, os mercados financeiros globais demonstraram nervosismo diante da tensão geopolítica entre os Estados Unidos e o Irã. Ações na Ásia e Europa registraram quedas significativas, enquanto os preços do petróleo subiram, refletindo a incerteza sobre os desdobramentos dos recentes ataques americanos a instalações nucleares iranianas.
Queda nos mercados asiáticos e europeus:
- Coreia do Sul: O Índice Composto de Preços de Ações da Coreia (Kospi) abriu em queda, saindo de 3.021,84 para 2.992,20 pontos.
- Japão: O Nikkei 225, principal índice de Tóquio, recuou 0,95% no início do pregão.
- Hong Kong: O Hang Seng registrou queda de 0,82%, perdendo 194 pontos e fechando em 23.335.
- China: O Índice Composto de Xangai (Sse) caiu 0,31%, equivalente a 10,44 pontos, atingindo 3.349,46.
- Europa: O índice pan-europeu teve declínio de 0,3%, chegando a 535,11 pontos no horário de Brasília.
Impacto no mercado de petróleo:
Os preços do petróleo subiram cerca de 2,8%, embora tenham ficado abaixo dos picos iniciais registrados após os ataques. O Irã controla 3% do suprimento global de petróleo, mas a Opep afirmou que liberará reservas para evitar desabastecimento.
Riscos geopolíticos e o Estreito de Ormuz:
- Importância estratégica: O Estreito de Ormuz, com apenas 33 km de largura em seu ponto mais estreito, é vital para o comércio global, sendo responsável por 25% do petróleo e 20% do gás natural liquefeito (GNL) transportados mundialmente.
- Ameaças iranianas: O Irã já ameaçou fechar a passagem, o que poderia causar interrupções temporárias no abastecimento. No entanto, especialistas acreditam que as companhias de navegação encontrariam alternativas, como ocorreu em crises anteriores.
Cenário brasileiro
Enquanto o mundo aguarda a resposta do Irã, o Brasil enfrenta riscos de alta nos combustíveis, pressão inflacionária e possível desaceleração econômica caso a crise se prolongue. No entanto, o país pode encontrar algum alívio no agronegócio, que tende a se beneficiar de preços mais altos no mercado internacional. A reação da Petrobras e do BC será crucial para mitigar os impactos internos.
Análise de especialistas:
Tim Harcourt, economista-chefe da Universidade de Tecnologia de Sydney, destacou que, embora o Irã possa causar perturbações no curto prazo, o mercado tende a se adaptar. Ele lembrou que ataques a navios mercantes nos últimos 18 meses não impediram o fluxo de commodities.
A tensão entre EUA e Irã continua a influenciar os mercados globais, com quedas nas bolsas asiáticas e europeias e alta nos preços do petróleo. Enquanto o mundo aguarda a resposta iraniana, a estabilidade do Estreito de Ormuz será crucial para evitar uma crise energética. Apesar dos riscos imediatos, a capacidade de adaptação do mercado e a ação da Opep podem mitigar os efeitos no médio prazo. A situação exige atenção, pois novos desdobramentos geopolíticos podem impactar ainda mais a economia global.