SOS Correios: R$ 20 bilhões em jogo - O que falta para o empréstimo salvar a estatal?
Os Correios buscam um empréstimo de R$ 20 bilhões aprovado pelo seu conselho de administração como parte crucial de seu plano de reestruturação. No entanto, a liberação desses recursos depende de uma análise e aprovação final de órgãos federais.
O caminho para a liberação do crédito
O processo para a contratação do empréstimo envolve etapas de aprovação e garantia no âmbito federal:
- Aprovação na Fazenda: O principal obstáculo atual é obter o aval do Ministério da Fazenda para a liberação do crédito.
- Análise de garantia: A decisão será analisada pelo Tesouro Nacional, que atuará como garantidor do empréstimo.
- Consulta jurídica: A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional também precisa revisar a operação.
- Pool de bancos: O empréstimo será contratado por um conjunto de instituições financeiras, que, segundo fontes, incluiria bancos como Citibank, Banco do Brasil, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.
- Nota: O Ministério da Fazenda, no entanto, afirmou à CNN Brasil que, oficialmente, não há operações dos Correios em análise no momento (dados de 30/11/25).
O desafio financeiro e o plano de pagamento
O empréstimo visa reverter uma situação financeira delicada e salvar as contas da estatal em 2025 e 2026.
- Prejuízo triplicado: Até setembro de 2025, a estatal acumulou um prejuízo de R 6 bilhões, um aumento significativo em relação aos `R 2,1 bilhões` registrados no mesmo período do ano anterior. Esse rombo é atribuído à redução de receitas, aumento de despesas operacionais e novas obrigações judiciais e trabalhistas.
- Estratégia do empréstimo: O financiamento será fatiado em parcelas para evitar que os Correios paguem juros sobre o dinheiro parado em caixa, já que grande parte dos recursos só será necessária em 2026.
- Prazo de pagamento: O empréstimo tem prazo de até 15 anos para ser concluído.
- Carência: Está prevista uma carência de pelo menos dois anos para o início do pagamento. A expectativa dos Correios é sair do vermelho e começar a gerar lucro a partir de 2027.
Medidas chave da reestruturação
O plano de reestruturação foi anunciado em outubro e detalhado em novembro, focando em estabilizar a empresa e promover o crescimento:
- Fechamento de agências: Fechamento de até mil unidades deficitárias (com foco em expansão para o e-commerce como compensação).
- Redução de pessoal: Implementação de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com estimativa de desligamento de cerca de 10 mil funcionários.
- Venda de ativos: Previsão de arrecadar até
R$ 1,5 bilhãocom a venda de imóveis. - Benefícios ajustados: Remodelagem dos planos de saúde e benefícios dos funcionários remanescentes.
- Fases do plano: A reestruturação está organizada em três fases:
recuperação financeira, consolidação e crescimento. - Compromisso social: A manutenção dos serviços postais universais foi firmada como um "compromisso estratégico e social inegociável", apesar de terem gerado um déficit líquido de
R$ 4,5 bilhõesno primeiro semestre de 2025.
A reestruturação dos Correios é um movimento urgente para reverter um prejuízo de R$ 6 bilhões, sendo o empréstimo de R$ 20 bilhões vital para a estabilidade em 2025/2026. A aprovação final pelo Ministério da Fazenda e Tesouro Nacional é o próximo passo crítico que definirá a viabilidade do plano de recuperação, que inclui o corte de 10 mil funcionários e o fechamento de agências, enquanto se compromete a manter o serviço postal universal.
