Alien: Earth - A revolução dos xenomorfos? Como a série do Disney+ quebrou a regra de ouro da franquia

A série Alien: Earth, do Disney+, tem sido um divisor de águas na franquia, desafiando décadas de mitologia com uma reviravolta no mínimo ousada. O episódio sete, lançado em 16 de setembro de 2025, chocou os fãs ao subverter a regra de ouro: a natureza incontrolável e puramente hostil dos xenomorfos
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Este resumo explora as mudanças mais significativas e o que elas significam para o futuro do universo Alien.
A quebra do paradigma: Um xenomorfo pode ser um aliado?
A inovação central da série é a apresentação de uma criatura que, pela primeira vez na história da franquia principal, parece ser uma aliada. Longe de ser apenas uma força da natureza predatória, este xenomorfo atua sob a influência da androide Wendy. Essa relação inédita é a maior divergência da mitologia e o ponto de partida para a nova narrativa.
Osegredo do controle: Inocência e comunicação precoce
A série não deixa essa nova dinâmica sem explicação. O vínculo entre Wendy e o xenomorfo é construído a partir de dois elementos-chave:
- Vínculo desde o nascimento: Wendy estabeleceu uma conexão com a criatura desde o momento de sua eclosão. A série sugere que esse contato inicial foi crucial para moldar o comportamento do xenomorfo.
- A "mãe" robótica: A narrativa aponta para a habilidade de Wendy de se comunicar e transmitir comandos, agindo como uma figura de autoridade. Isso desafia a ideia de que os xenomorfos só respondem a instintos primitivos de caça e reprodução.
Como o criador Noah Hawley explicou à The Hollywood Reporter, essa reviravolta é uma forma de explorar a inocência de Wendy, que genuinamente acredita poder domar uma das criaturas mais letais do universo.
As implicações para a franquia: Risco e expansão da mitologia
Essa mudança narrativa não é apenas um truque, mas uma aposta que pode redefinir o universo Alien:
- Expansão do universo: A série usa seu formato para aprofundar a biologia dos xenomorfos, questionando se eles são puramente instintivos ou se possuem uma inteligência e complexidade que nunca foram exploradas.
- O risco de inovar: Hawley admitiu que a decisão é um risco criativo. A série cria um debate fundamental sobre a evolução de franquias clássicas e até que ponto os elementos icônicos podem ser reinventados.
- A tensão iminente: A "aliança" é apresentada como algo frágil e temporário. A série se mantém fiel ao gênero de terror, gerando uma tensão constante: a qualquer momento, o público espera que a criatura volte à sua natureza e a tragédia aconteça.
Precedentes e os possíveis caminhos para o futuro
A ideia de um xenomorfo controlável não é totalmente inédita, e a série pode seguir caminhos já explorados em outras mídias:
- Inspiração nos quadrinhos: Como a ScreenRant apontou, os quadrinhos da Dark Horse já trouxeram algo similar. Em uma das histórias, uma androide chamada Eloise, criada com DNA xenomorfo, consegue controlar as criaturas, o que serve de precedente para a trama de Alien: Earth.
- Destinos possíveis: A série sugere dois futuros para essa dinâmica:
- A corrupção de Wendy: A androide pode ser influenciada pelo xenomorfo, levando-a a se aliar à espécie contra a humanidade, ecoando o arco de Eloise.
- O conflito inevitável: A introdução de um segundo xenomorfo, um predador sem vínculo com Wendy, pode criar um conflito raramente visto na franquia: xenomorfos lutando entre si.
A audaciosa jogada que salvou a franquia?
Alien: Earth mostra a coragem de uma série em questionar os alicerces de sua própria franquia. Ao transformar o principal símbolo de terror cósmico em uma potencial ferramenta ou aliado, a série injeta nova vida e possibilidades narrativas em um universo que parecia estagnado.
A aposta é alta: ou a trama termina de forma trágica, reafirmando a natureza indomável da criatura, ou ela expande a mitologia para sempre. O fato é que a série nos mantém na ponta da cadeira, provando que o suspense e a incerteza são os elementos essenciais para um terror de qualidade.