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quarta-feira, 13 de agosto de 2025 às 11:17 GMT+0

Rebeca Andrade anuncia aposentadoria do "solo": Foco na saúde e no ouro em Los Angeles 2028

Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica da história do Brasil, anunciou sua aposentadoria da modalidade do solo durante a Rio Innovation Week (RIW) nesta terça-feira (12/08/25). A decisão, motivada pela preservação de sua saúde física, marca o fim de uma era em sua carreira, mas não o adeus às competições. A ginasta, que conquistou o ouro no solo em Paris 2024, seguirá competindo em outros aparelhos, com foco nos próximos ciclos olímpicos.

Motivos da aposentadoria no solo

Rebeca explicou que o solo é a modalidade que mais exige impacto físico, fator crítico para uma atleta com seu histórico de lesões:

  • Desgaste acumulado: São 21 anos de ginástica, com cinco cirurgias no joelho e uma em cada pé.
  • Longevidade: A decisão visa prolongar sua carreira, permitindo que ela continue competindo em outros aparelhos (como salto, barras assimétricas e trave) sem sobrecarregar o corpo.
  • Foco em Los Angeles 2028: Ela destacou que está priorizando a saúde física e mental para chegar em condições ideais às próximas Olimpíadas.

O legado de Rebeca no solo

Sua trajetória na modalidade foi marcada por conquistas históricas:

  • Ouro em Paris 2024: Tornou-se a primeira brasileira campeã olímpica no solo, superando lendas como Simone Biles e Jordan Chiles.
  • Pódio simbólico: O momento em que Biles e Chiles fizeram uma reverência a Rebeca no pódio destacou a representatividade de três mulheres negras no topo da ginástica mundial.
  • Reconhecimento global: Rebeca citou o apoio de Biles desde 2018, quando a americana a encorajou durante sua recuperação de lesão, mostrando a união e respeito entre as rivais.

“Ela se sentou do meu lado, falou que gostava muito de mim, que era para eu não desistir porque tinha muito potencial”, lembrou Rebeca.

“E eu fiquei assim: ‘Gente, é a Simone falando comigo?' Ela veio por vontade própria e foi muito carinhosa, a gente se respeita muito. Claro que a gente quer ganhar, mas o clima não é hostil. Quando a outra ganha é como se eu tivesse ganhado também, me sinto representada. Então, estamos lá competindo, mas também estamos brincando, zoando. Em Paris, a Biles falou: ‘Tá me fazendo suar, hein, Rebeca?”, contou.

Planos futuros

A ginasta não está deixando as competições:

  • Mundial de 2025: Participará do evento na Indonésia, mas com treinos menos intensos.
  • Ciclo olímpico 2026–2028: Seu principal objetivo é o Mundial de 2027, que classifica para Los Angeles 2028.
  • Adaptação técnica: Rebeca continuará a evoluir em outros aparelhos, mantendo o Brasil no topo da ginástica artística.

A aposentadoria de Rebeca Andrade no solo é um marco esportivo que reflete maturidade e planejamento. Sua decisão prioriza a saúde, sem abrir mão de novos desafios. O legado que ela deixa como a quebra de barreiras raciais, a superação de lesões e a inspiração para futuras gerações é tão valioso quanto suas medalhas. Rebeca segue como um símbolo de resiliência e excelência, provando que, mesmo com mudanças, sua história ainda reserva muitos capítulos gloriosos.

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