Da Al-Jazeera à Reuters: O que a imprensa mundial destacou sobre os atos pró-Bolsonaro

Imagem: Reuters
No dia 3 de agosto de 2025, manifestações em apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro tomaram conta de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belém, chamando a atenção da imprensa internacional. Os atos, marcados por simbolismos políticos e críticas ao governo atual, foram amplamente cobertos por veículos como Al-Jazeera, Reuters e France Press, que destacaram desde as bandeiras dos Estados Unidos até as reivindicações contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Lula.
O cenário das manifestações
Os protestos reuniram milhares de apoiadores, muitos vestindo camisas da seleção brasileira e carregando bandeiras do Brasil e dos EUA. Segundo a Al-Jazeera, os manifestantes exibiam fotos de Bolsonaro e do ex-presidente americano Donald Trump, gritando palavras de ordem em agradecimento ao apoio de Trump às causas bolsonaristas. A correspondente Monica Yanakiew relatou que os participantes viam as sanções de Trump ao Brasil como um respaldo internacional a Bolsonaro.
Os alvos dos protestos
A Reuters enfatizou que os atos criticavam diretamente o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula. Manifestantes gritavam "Magnitsky" em referência à lei americana usada para sancionar Moraes e exibiam cartões de banco, simbolizando as restrições financeiras impostas pelos EUA. A agência também destacou a ausência física de Bolsonaro, que participou por telefone através do filho, o senador Flávio Bolsonaro, devido às medidas judiciais que o mantêm em prisão domiciliar.
Contexto político e judicial
A France Press relembrou que Bolsonaro, atualmente com 70 anos, enfrenta um julgamento no STF por acusações de tentativa de golpe de Estado contra Lula. As medidas cautelares, incluindo tornozeleira eletrônica e proibição de contato com autoridades estrangeiras, foram impostas após suspeitas de interferência em assuntos brasileiros com ajuda de diplomatas americanos. O ex-presidente está impedido de participar de eventos públicos nos fins de semana, conforme decisão de Moraes.
Figuras políticas presentes e ausentes
Entre os aliados de Bolsonaro presentes nos atos estavam o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o líder do PL Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia e o deputado Nikolas Ferreira. Michelle Bolsonaro, cotada como possível candidata em 2026, discursou em Belém, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ausentou-se por motivos médicos.
Repercussão internacional e tensões diplomáticas
A Al-Jazeera registrou protestos antagônicos ocorridos dias antes, contra as tarifas comerciais impostas por Trump ao Brasil. Já a Reuters vinculou os atos pró-Bolsonaro à recente decisão de Trump de aumentar tarifas para produtos brasileiros e sancionar Moraes, acusando-o de perseguição política. A cobertura internacional reforçou a polarização no Brasil, associando-a às relações bilaterais com os EUA.
Um reflexo da crise política brasileira
As manifestações de agosto de 2025 evidenciaram a profundidade da divisão política no Brasil, com Bolsonaro mantendo uma base fiel mesmo sob restrições judiciais. A imprensa internacional retratou os eventos como um capítulo da crise institucional, marcado por influências externas, disputas no STF e o espectro das eleições de 2026. Enquanto os apoiadores do ex-presidente celebraram o alinhamento com Trump, as críticas a Moraes e Lula revelaram tensões que continuam a moldar o cenário político brasileiro.