Desalinhamento do governo e prioridades do Brasil: Por que o país não avança? Críticas de economista revelam falhas na gestão política

O economista Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral (FDC), analisou o cenário político brasileiro durante o WW Especial, destacando um problema central: O descompasso entre as ações do governo federal e as necessidades prioritárias do país.
Sua crítica, baseada em comparações históricas e observações sobre a governabilidade, aponta para desafios que podem comprometer o desenvolvimento nacional.
Contexto histórico: Lições dos governos passados
Zeidan comparou o atual mandato do presidente Lula com seu primeiro governo (2003-2010) e com o de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Segundo ele, esses períodos foram marcados por avanços significativos, como:
1.
A criação do Bolsa Família e da Lei de Falências no governo Lula.
2.
Reformas estruturais no governo FHC, como a estabilização econômica com o Plano Real.
O economista ressaltou que, naquela época, houve capacidade de negociação política para implementar mudanças, algo que parece faltar atualmente.
Os desafios da governabilidade no Brasil
O professor destacou fatores que tornam a gestão pública complexa no país:
- Pluralidade partidária: O Congresso Nacional tem dezenas de partidos, exigindo amplas alianças para aprovar qualquer reforma.
- Necessidade de acordos: Independentemente da ideologia, governar requer diálogo e concessões, o que tem sido negligenciado, segundo Zeidan.
Essa dificuldade é agravada pela percepção de que o Planalto não demonstra "vontade de governar", focando em agendas menores em vez de prioridades estratégicas.
Críticas às prioridades equivocadas
Zeidan citou exemplos de desalinhamento, como a ênfase em debates sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que ele considera irrelevante diante de desafios maiores. Para ele, o governo deveria concentrar esforços em:
- Reformas estruturais: Modernização tributária, melhoria do ambiente de negócios e investimentos em infraestrutura.
- Visão de longo prazo: Políticas que preparem o Brasil para os desafios do século XXI, como inovação e sustentabilidade.
Um chamado para realinhar as prioridades
A análise de Zeidan serve como um alerta: o Brasil precisa de um projeto claro e coerente com suas urgências. Enquanto o governo perde tempo com temas secundários, o país deixa de avançar em áreas críticas. O economista encerrou com uma provocação:
"Talvez a gente ainda não tenha chegado ao século XXI".
Sua fala reforça a necessidade de ações ousadas e alinhadas com o interesse nacional, retomando o espírito de pactuação que marcou governos anteriores.