Trump recua e Lula avança? Lula usa lições de "Maquiavel" para dominar a crise com Trump - Análise resumida

Em um episódio marcante da diplomacia brasileira, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva obteve uma vitória significativa frente às pressões comerciais e políticas dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. O recuo americano nas tarifas, anunciado em 30 de julho de 2025, não apenas reforçou a posição internacional do Brasil, mas também impactou o cenário político interno, fortalecendo Lula e expondo fragilidades da oposição. Este resumo detalha os eventos, suas implicações e os erros estratégicos que levaram a esse desfecho.
O contexto da crise tarifária:
- Em julho de 2025, o governo Trump anunciou um aumento de 10% para 50% nas tarifas de importação de produtos brasileiros, alegando motivos econômicos e políticos.
- A medida visava setores estratégicos como café e carne bovina, mas, após intensa pressão diplomática liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo Itamaraty, os EUA recuaram parcialmente, isentando 694 itens, incluindo veículos, peças de aeronaves, minério de ferro e petróleo.
- O recuo foi interpretado como uma falha na estratégia de Trump, que subestimou a capacidade de negociação do Brasil e a resistência de setores econômicos americanos afetados pela medida.
A jogada política de Trump e o tiro pela culatra:
- Para compensar o recuo tarifário, o governo Trump aplicou sanções pessoais ao ministro do STF Alexandre de Moraes, utilizando a Lei Magnitsky, congelando seus ativos nos EUA e proibindo transações com ele.
- A medida, porém, foi vista como desesperada e mal calculada, pois misturou retaliação econômica com perseguição política, unindo setores brasileiros em defesa da soberania nacional.
- A expressão
"TACO" (Trump Always Chickens Out)
ressurgiu nas redes, destacando a percepção de que o presidente americano frequentemente recua diante de resistência firme.
Os acertos de Lula e os erros da oposição brasileira:
- Lula, aproveitando sua experiência em negociações sindicais e internacionais, manteve uma postura firme, evitando concessões precipitadas e capitalizando o discurso da soberania nacional.
- Enquanto isso, a extrema-direita brasileira, liderada por Eduardo Bolsonaro, cometeu erros estratégicos, como declarações inflamadas que, inadvertidamente, fortaleceram a imagem de Lula como defensor do Brasil.
- Pré-candidatos da direita, como o governador Tarcísio de Freitas, saíram enfraquecidos do episódio, sem um discurso coeso e perdendo apoio de setores econômicos afetados pelas tarifas.
Impactos políticos e econômicos:
- Fortalecimento de Lula: O presidente saiu do embate com maior popularidade, consolidando sua imagem como líder capaz de defender os interesses nacionais.
- União de setores reticentes: O agronegócio, exportadores e até mesmo o Centrão, que antes mantinham distância do governo, aproximaram-se de Lula devido à necessidade de proteção contra medidas externas.
- Divisão na oposição: As sanções a Moraes colocaram a direita em uma encruzilhada: defender a legalidade e a soberania ou alinhar-se a Trump, optando por um discurso golpista.
Lições de Maquiavel e o futuro:
- O episódio ilustra o conceito de "fortuna e virtù" de Maquiavel: Lula soube aproveitar as circunstâncias (fortuna) com habilidade política (virtù), enquanto Trump subestimou a complexidade da situação.
- O jogo ainda não terminou: Novas sanções ou até ameaças militares podem surgir, exigindo do Brasil continuidade na diplomacia assertiva e preparo para retalições comerciais.
A crise tarifária representou um marco na política externa brasileira, demonstrando que uma combinação de firmeza diplomática e estratégia política pode neutralizar até mesmo as pressões de uma potência como os EUA. Para Lula, o resultado fortalece sua posição rumo às eleições de 2026, enquanto a oposição enfrenta o desafio de se reorganizar após uma sequência de erros.
Na política, não basta ter sorte é preciso saber usá-la. (Maquiavel)
Mesmo em meio a críticas e desafios, Lula mais uma vez demonstrou sua habilidade estratégica, confirmando por que segue como um dos maiores articuladores políticos do Brasil.