Ferida que sangra e não cicatriza: O que pode ser? Descubra o sinal de alerta do cncer de pele mais comum

Imagine uma pequena ferida no rosto, aparentemente inofensiva, que persiste por semanas, sangra facilmente e teima em não cicatrizar. Essa é uma das manifestações mais comuns do carcinoma basocelular, o tipo de câncer de pele mais frequente em seres humanos. Apesar de sua baixa letalidade, a demora no diagnóstico pode levar a consequências estéticas e funcionais significativas. Este resumo detalha as causas, sinais de alerta, tratamentos e medidas de prevenção, fundamentais para a saúde da pele.
O que é o carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular (CBC) é um tumor maligno que se origina nas células da camada mais profunda da epiderme, conhecida como camada basal. Sua principal característica é o crescimento extremamente lento e a quase inexistente capacidade de metastizar (espalhar-se para outros órgãos). Ele representa aproximadamente 80% de todos os casos de câncer de pele não melanoma diagnosticados no mundo.
A importância e relevância do tema
- Prevalência global: A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima entre 2 e 3 milhões de novos casos de câncer de pele não melanoma anualmente em todo o mundo.
- Dados nacionais: No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os cânceres de pele não melanoma (que incluem o carcinoma basocelular e o espinocelular) correspondem a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Isso significa que aproximadamente três em cada dez diagnósticos de câncer são deste tipo.
- Geração de risco: Especialistas apontam que adultos na faixa dos 40 anos hoje pertencem a uma geração que, na infância, foi intensamente exposta ao sol sem a proteção adequada, um fator de risco crucial para o desenvolvimento da doença décadas depois.
Como identificar os sinais de alerta?
Sinal clínico primordial para desconfiar de um carcinoma basocelular: Uma ferida que sangra com facilidade (ao se secar o rosto, por exemplo) e não cicatriza completamente num período de duas a três semanas deve ser investigada por um dermatologista. Outras características importantes incluem:
- Localização: Surge predominantemente em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo (em pessoas calvas), ombros e costas.
- Aspecto: Pode se apresentar como uma pápula perolada (bolinha brilhante), uma mancha avermelhada, uma cicatriz plana ou uma ferida aberta que não sara.
- Vascularização: A região tende a ser mais vascularizada para nutrir as células cancerígenas, o que explica a facilidade do sangramento.
O diagnóstico é preciso e acessível
O diagnóstico inicial é frequentemente clínico, realizado por um dermatologista durante a consulta. O médico utiliza um aparelho chamado dermatoscópio, que amplia a imagem da lesão em dez vezes, permitindo uma análise detalhada de suas estruturas. A confirmação, no entanto, é feita através de uma biópsia, um procedimento simples que retira um pequeno fragmento da lesão para análise em laboratório.
Tratamento e alta taxa de cura
A grande notícia é que, quando detectado precocemente, o carcinoma basocelular possui tratamento e é altamente curável. O método padrão ouro é a cirurgia para excisão completa da lesão com uma margem de segurança de tecido saudável, garantindo que todas as células cancerígenas sejam removidas. O procedimento é geralmente realizado em ambiente ambulatorial, com anestesia local. Alternativas para casos específicos incluem:
- Criocirurgia (congelamento com nitrogênio líquido).
- Curetagem e eletrodissecção.
- Terapia a laser.
- Radioterapia.
- Cremes tópicos imunomoduladores.
Prevenção é a melhor estratégia
A prevenção do carcinoma basocelular está diretamente ligada à proteção contra a radiação ultravioleta (UV) do sol ao longo de toda a vida. As medidas mais eficazes são:
- Uso diário de protetor solar com FPS adequado ao seu fototipo, mesmo em dias nublados.
- Evitar a exposição solar direta entre 10h e 16h.
- Utilizar barreiras físicas: chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV, roupas de manga comprida e tecidos com proteção ultravioleta.
- Consultar um dermatologista anualmente para um exame de rotina de toda a superfície da pele, mesmo na ausência de queixas.
Atenção e ação para preservar a saúde
O carcinoma basocelular serve como um alerta sobre os danos cumulativos do sol e a importância vital dos cuidados com a pele. Sua manifestação inicial, uma ferida que não cicatriza e sangra facilmente é um sinal de alarme que não deve ser ignorado. A combinação entre a conscientização individual para a proteção solar e a consulta regular com um especialista é a chave para a detecção precoce. Com um diagnóstico preciso e um tratamento relativamente simples, a resolução do problema é definitiva na esmagadora maioria dos casos, preservando não apenas a saúde, mas também o bem-estar e a qualidade de vida.