Dor de cabeça: Quando é um sinal de alerta? Dicas de como identificar os sinais de uma dor de cabeça perigosa

A dor de cabeça, ou cefaleia, é uma experiência comum, afetando a maioria das pessoas em algum momento da vida. No entanto, o que muitos não sabem é que, em certas situações, ela pode ser um sinal de alerta para condições de saúde mais graves.
O programa "CNN Sinais Vitais" abordou esse tema com os neurologistas Dr. Carlos Eduardo Altieri (Hospital Sírio-Libanês) e Dr. José Luiz Pedroso (Unifesp), destacando os sinais que exigem atenção imediata. A regra de ouro é clara: a dor de cabeça deve ser investigada quando ela muda o seu padrão de vida ou é diferente do que você já sentiu.
Sinais de alerta: Quando se preocupar
A maioria das dores de cabeça não é motivo para pânico, mas os especialistas apontam que você deve procurar um médico imediatamente se:
- A dor for "a pior da sua vida": Uma dor de cabeça de início súbito e intensidade máxima, conhecida como "dor em trovão", pode indicar uma emergência médica, como um aneurisma ou AVC.
- Houver sintomas neurológicos: A dor de cabeça vem acompanhada de fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar, alterações na visão ou formigamento.
- A dor for nova ou diferente: Se a dor que você está sentindo não tem as características das dores de cabeça que você costuma ter, ou se ela causa um impacto significativo nas suas atividades diárias.
- Houver rigidez no pescoço: A dor de cabeça, associada à dificuldade de mover o pescoço e febre, pode ser um sinal de meningite.
- A dor estiver ligada a um trauma: A dor de cabeça que começa após uma batida na cabeça deve ser investigada.
Tipos de dor de cabeça: muito além do comum
Os especialistas destacaram dois tipos de cefaleia que são frequentemente mal compreendidos.
Enxaqueca: Mais que uma simples dor
A enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça intensa, mas uma condição neurológica crônica. Ela se manifesta como uma dor pulsante, geralmente em um lado da cabeça, e pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e uma extrema sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia). Cerca de 40% dos casos também apresentam a "aura", que são sintomas neurológicos transitórios, como alterações visuais (luzes piscando ou linhas em zigue-zague) ou formigamentos, que ocorrem antes da dor. A aura pode ser confundida com um AVC, reforçando a importância da avaliação médica.
Cefaleia em salvas: A dor mais intensa da medicina
Considerada uma das dores mais severas, a cefaleia em salvas afeta mais os homens e é caracterizada por crises curtas, mas de intensidade excruciante, que ocorrem em "salvas" ou períodos cíclicos. A dor é penetrante e geralmente localizada em um dos olhos, podendo ser acompanhada de lacrimejamento, inchaço na pálpebra, vermelhidão no olho e congestão nasal. Por frequentemente acordar o paciente no meio da noite, é conhecida como a "dor de cabeça do despertador"
.
Diagnóstico, gatilhos e tratamentos
A medicina moderna oferece diversas opções para quem sofre de cefaleia. O diagnóstico é, na maioria das vezes, clínico, com base na descrição detalhada dos sintomas do paciente. Exames de imagem como a tomografia ou ressonância magnética são usados quando há suspeita de uma causa mais grave.
- Gatilhos: Estresse, privação de sono, certos alimentos (queijos envelhecidos, vinhos tintos), cheiros fortes e alterações hormonais podem desencadear crises, especialmente de enxaqueca.
- Tratamento: As opções são divididas em duas abordagens:
- Tratamento agudo: Focado em aliviar a dor no momento da crise. Analgésicos comuns, anti-inflamatórios e triptanos são exemplos.
- Tratamento preventivo: Visa reduzir a frequência e a intensidade das crises. Medicamentos e terapias são usados diariamente para controlar a condição. Novas terapias, como os anticorpos monoclonais que agem na molécula CGRP, estão revolucionando o tratamento da enxaqueca, oferecendo uma nova esperança para quem sofre de dores crônicas.
A importância de não ignorar a dor de cabeça
Ignorar uma dor de cabeça ou tratá-la apenas com analgésicos de forma repetitiva pode ser perigoso. Entender a diferença entre os tipos de cefaleia e reconhecer os sinais de alerta é crucial. Com os avanços da neurologia, ninguém precisa viver com a dor crônica. A informação é a melhor ferramenta para buscar ajuda e ter uma vida mais saudável e sem dor.
Se você está sofrendo com dores de cabeça que impactam sua vida, não hesite em procurar um especialista. A neurologia pode oferecer diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.