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quarta-feira, 16 de outubro de 2024 às 11:45 GMT+0

Hipertensão: Por que a pressão '12 por 8' agora é considerada alta pelos médicos?

A hipertensão, ou pressão alta, é um problema de saúde que afeta cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo. Em um cenário alarmante, estima-se que a cada 90 segundos uma pessoa morra devido a doenças cardiovasculares, que estão intimamente ligadas à hipertensão. Recentemente, novas diretrizes sobre o diagnóstico e tratamento da hipertensão foram apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em Londres. Vamos entender essas mudanças e sua relevância para a saúde.

Novas classificações de Pressão Arterial

As diretrizes anteriores dividiam a pressão arterial em seis categorias, desde “ótima” até “hipertensão estágio 3.” Porém, agora, os especialistas simplificaram a categorização para facilitar a compreensão e o tratamento:

  • Pressão Arterial não elevada: Abaixo de 120/70 mmHg (12 por 7).
  • Pressão Arterial elevada: Entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg (12 por 7 a "quase" 14 por 9).
  • Hipertensão Arterial: Acima de 140/90 mmHg (acima de 14 por 9).

Essas mudanças têm como objetivo reconhecer que a transição da pressão arterial normal para a hipertensão não acontece de forma abrupta. A nova categoria de "pressão arterial elevada" é uma tentativa de incentivar o tratamento mais cedo, principalmente em pessoas com risco elevado de doenças cardiovasculares.

A necessidade de tratamento precoce

  • O aumento gradual da pressão arterial é um fenômeno comum e muitas vezes subestimado. O professor Bill McEvoy, um dos autores das novas diretrizes, enfatiza que o risco cardiovascular pode começar mesmo em níveis de pressão arterial considerados normais. Assim, iniciar o tratamento mais cedo pode evitar complicações sérias, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

  • Para as pessoas com pressão arterial elevada, os médicos recomendam uma "estratificação de risco", onde serão avaliados fatores como diabetes, colesterol alto e outras doenças crônicas. Isso ajuda a determinar se mudanças de estilo de vida são suficientes ou se é necessário iniciar o tratamento medicamentoso.

Mudanças no estilo de vida

As diretrizes também ressaltam a importância de mudanças no estilo de vida, que são fundamentais para controlar a hipertensão. Algumas das recomendações incluem:

  • Manter um peso saudável: O controle do peso é crucial para a saúde cardiovascular.
  • Alimentação balanceada: Aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio, como frutas e verduras, pode ajudar a reduzir a pressão arterial. A ingestão de sal deve ser limitada.
  • Atividade física regular: Exercícios aeróbicos e de resistência são altamente recomendados. Contudo, pacientes com pressão muito elevada devem primeiro controlar sua condição antes de iniciar atividades físicas intensas.
  • Evitar fumar e consumir álcool: Esses hábitos podem agravar a hipertensão e aumentar os riscos cardiovasculares.

A importância do tratamento medicamentoso

  • Para os hipertensos, o tratamento medicamentoso é essencial. As novas diretrizes sugerem que a maioria dos pacientes comece o tratamento com dois medicamentos de classes diferentes. Essa abordagem é conhecida como “intensificação do esquema terapêutico” e é uma forma eficaz de melhorar o controle da pressão arterial. O uso combinado de medicamentos pode resultar em um controle adequado da hipertensão em até 90% dos casos.

  • Após o diagnóstico, os médicos têm a meta de manter os pacientes com pressão arterial entre 120 a 129 mmHg, ajustando as doses de acordo com a tolerância dos pacientes.

Diagnóstico e monitoramento

A hipertensão muitas vezes não apresenta sintomas, o que torna crucial o monitoramento regular da pressão arterial. As recomendações atuais sugerem que:

  • Crianças devem ter a pressão aferida a partir dos três anos de idade.
  • A partir dos 40 anos, é recomendado medir a pressão pelo menos uma vez por ano.

Além das medições em consultório, a nova diretriz propõe o uso de métodos de monitoramento em casa, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e a Medição Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Essas abordagens visam evitar fenômenos como a "hipertensão do jaleco branco," onde a pressão sobe por causa da ansiedade ao consultar um médico.

As novas diretrizes de hipertensão não apenas simplificam a categorização e o tratamento, mas também destacam a necessidade de um diagnóstico e intervenção precoces. A hipertensão é uma condição séria que, se não controlada, pode levar a complicações graves. Portanto, é fundamental que indivíduos, especialmente aqueles em grupos de risco, busquem a avaliação regular da pressão arterial e adotem um estilo de vida saudável, acompanhando o tratamento médico de forma eficaz. Essa é uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada.

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