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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025 às 16:20 GMT+0

Refrigerante zero aumenta risco de gordura no fígado? Estudo liga bebida dietética a 60% mais risco de esteatose hepática

Por mais de duas décadas, as versões zero açúcar dos refrigerantes têm sido populares entre quem busca reduzir calorias. No entanto, a crença de que são totalmente inofensivas ou aliadas do emagrecimento é cada vez mais questionada por especialistas e pesquisas científicas.
A realidade é que, mesmo sem açúcar e calorias, o refrigerante zero é uma bebida ultraprocessada que pode trazer prejuízos significativos à sua saúde.

Os principais riscos do consumo frequente

1. Risco elevado de gordura no fígado (esteatose hepática)

  • Um estudo recente apresentado na Semana Europeia de Gastroenterologia acendeu um alerta: o consumo de bebidas adoçadas artificialmente, como os refrigerantes zero, foi associado a um aumento de até 60% no risco de desenvolver esteatose hepática (gordura no fígado).
  • A ingestão dessas bebidas pode levar a uma disfunção metabólica, ocasionando picos de glicose e insulina que, mesmo sem a caloria do açúcar, comprometem a saúde do órgão.

2. O desafio do paladar doce e a "compensação calórica"

O uso de adoçantes artificiais impacta diretamente o comportamento alimentar. Por manterem o paladar constantemente condicionado ao sabor doce, essas bebidas podem:

  • Dificultar a reeducação alimentar: Manter o alto consumo do sabor doce, mesmo isento de calorias, impede a reeducação do paladar.
  • Estimular a busca por mais: O organismo sente o sabor doce e libera insulina na expectativa da glicose. Quando ela não chega, pode levar à busca por energia em outros alimentos, culminando na chamada "compensação calórica"— ou seja, o consumo de mais calorias em outras refeições.

3. Impactos na saúde metabólica e intestinal

Embora não contribuam para o valor calórico, os adoçantes podem provocar uma resposta indesejada no corpo:

  • Resposta de insulina: O sabor doce pode sinalizar ao corpo que a glicose está chegando, resultando na liberação de insulina.
  • Alteração da microbiota intestinal: Evidências recentes indicam que esses compostos podem afetar negativamente o metabolismo, alterando a flora intestinal e impactando a forma como o corpo gerencia glicose e gordura.

4. Prejuízos à saúde bucal e óssea

O perigo vai além do metabolismo. O refrigerante zero não é uma alternativa segura, pois:

  • Desgaste dentário: A bebida contém aditivos acidificados e apresenta um pH baixo. O consumo prolongado pode levar ao desgaste do esmalte e aumentar o risco de cáries.
  • Dano ósseo: O ácido fosfórico, comum em refrigerantes à base de cola no Brasil, pode afetar negativamente a densidade óssea.

5. Ausência de nutrientes e falsa hidratação

  • "Calorias vazias": Refrigerantes não fornecem vitaminas, minerais ou compostos bioativos. Sua presença na rotina acaba deslocando o consumo de alimentos mais nutritivos.
  • Não é equivalente à água: A bebida contém corantes e outros aditivos químicos. Não contribui para a hidratação e não substitui a água, que é essencial para o organismo.

A polêmica dos adoçantes: O alerta da OMS

  • Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o aspartame um dos adoçantes mais usados como "possivelmente carcinogênico para humanos".
  • Embora considere a substância segura dentro dos limites de ingestão diária aceitável (não ultrapassar 40 mg/kg de peso corporal por dia), a orientação principal é que o consumo de refrigerantes e outras bebidas adoçadas, com ou sem açúcar, deve ser evitado.

Alternativas refrescantes e naturais

O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, não traz recomendações específicas de ingestão para refrigerantes, reforçando que eles devem ser evitados.

A melhor opção para a sua hidratação é sempre a água. Contudo, para quem deseja reduzir o **consumo de refrigerantes e reeducar o paladar, é possível apostar em preparos naturais e deliciosos:

  • Águas saborizadas: Oferecem um toque de sabor sem aditivos químicos.
  • Chás gelados naturais: Uma base aromática e refrescante.
  • Água de coco: Uma opção natural e rica em eletrólitos.

Três receitas para experimentar:

1. Água saborizada de limão e hortelã

  • Ingredientes: 500 ml de água (com ou sem gás), suco de ½ limão espremido na hora, algumas fatias de limão e folhas de hortelã fresca a gosto.
  • Modo de preparo: Misture todos os ingredientes em uma jarra. Deixe em infusão por pelo menos 10 a 15 minutos na geladeira para liberar os sabores.

2. Chá gelado de hibisco e canela

  • Ingredientes: 500 ml de água, 1 colher de sopa de flores de hibisco secas, 1 canela em pau e rodelas de gengibre fresco a gosto.
  • Modo de preparo: Ferva a água e adicione a canela e o gengibre. Desligue o fogo, adicione o hibisco e tampe, deixando em infusão até esfriar. Coe a bebida e sirva com gelo.

3. Refresco de maracujá

  • Ingredientes: Polpa de 1 a 2 maracujás grandes (peneirada, se preferir), água com gás gelada e algumas folhas de hortelã (opcional).
  • Modo de preparo: Em um copo, misture a polpa de maracujá com a água com gás, gelo e hortelã. É um preparo efervescente e rápido.

O refrigerante zero, embora isento de calorias, carrega o peso de ser um ultraprocessado que confunde o metabolismo, condiciona o paladar ao sabor doce e oferece riscos comprovados à saúde hepática e geral. Não existe atalho zero-calorias para uma dieta nutritiva; a lição é clara: priorize a água e bebidas naturais para reeducar seu paladar e garantir o bem-estar duradouro, afastando-se de mitos de inocuidade.

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