80 anos das bombas atômicas: O horror de Hiroshima e Nagasaki - Relatos chocantes, consequências e os riscos que ainda existem

Há 80 anos, em agosto de 1945, o mundo testemunhou os únicos ataques nucleares da história. As cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram arrasadas por duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial e o início de uma era de temor global. Os sobreviventes, conhecidos como hibakusha, carregam até hoje as cicatrizes físicas e emocionais desses eventos. Este resumo explora os fatos, as consequências humanitárias e o apelo dos sobreviventes por um mundo livre de armas nucleares.
O contexto histórico: por que as bombas foram lançadas?
- A Segunda Guerra Mundial estava em seu estágio final, com o Japão resistindo às forças aliadas.
- Os EUA, liderados pelo presidente Harry Truman, justificaram o uso das bombas como uma forma de acelerar a rendição japonesa e evitar uma invasão terrestre, que poderia custar mais vidas.
- Críticos argumentam que o Japão já estava enfraquecido e que os ataques foram desnecessários, além de moralmente indefensáveis.
Hiroshima: O primeiro alvo (6 de agosto de 1945)
Às 8h15, a bomba Little Boy (urânio-235) explodiu a 600 metros do solo, liberando energia equivalente a 15 mil toneladas de TNT.
Efeitos imediatos:
- Temperaturas superiores a 4.000°C carbonizaram pessoas e estruturas.
- Cerca de 100 mil morreram no dia, e 60 mil edifícios foram destruídos.
- Relatos de sobreviventes descrevem corpos derretidos, "fantasmas" caminhando com a pele descascando e um silêncio aterrorizante após a explosão.
Nagasaki: O segundo ataque (9 de agosto de 1945)
Originalmente, Kokura era o alvo, mas condições climáticas levaram ao desvio para Nagasaki.
- A bomba Fat Man (plutônio-239) causou uma explosão ainda mais poderosa (21 mil toneladas de TNT), mas a topografia montanhosa limitou a destruição.
- Cerca de 40% da cidade foi reduzida a escombros, com estimativas de 70 mil mortes até o fim de 1945.
A rendição do Japão e o fim da guerra
- Em 15 de agosto, o imperador Hirohito anunciou a rendição, citando "um novo e cruel inimigo" (a bomba atômica).
- A cerimônia formal ocorreu em 2 de setembro a bordo do USS Missouri, encerrando oficialmente a guerra.
O inferno humano: Efeitos da radiação e trauma coletivo
Efeitos imediatos:
- Queimaduras graves, cegueira por clarão, e síndrome aguda da radiação (náuseas, hemorragias e morte em dias).
Longo prazo:
- Aumento drástico de cânceres (leucemia, tireoide, pulmão) e mutações genéticas.
- Sobreviventes enfrentaram discriminação por medo de "contaminação".
- Trauma psicológico persistente, com muitos só conseguindo relatar suas experiências décadas depois.
Os hibakusha e seu legado
Organizações como a Nihon Hidankyo (Prêmio Nobel da Paz 2024) documentam testemunhos e lutam pelo desarmamento nuclear.
Mensagens-chave:
"Armas nucleares são desumanas e não devem coexistir com a humanidade" (Terumi Tanaka).
- Alertas sobre o risco atual: Conflitos como Ucrânia e Oriente Médio reacendem o perigo de uma guerra nuclear.
O mundo hoje: Lições não aprendidas?
- Estima-se que existam 12,3 mil ogivas nucleares hoje (dados da Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares).
- Sobreviventes como Masako Wada alertam:
"Em 10 anos, nenhum hibakusha restará vivo, mas o risco de novos ataques persiste".
Reportagem completa e vídeos da BBC: Hiroshima e Nagasaki: Como foi o 'inferno' em que milhares morreram por causa das bombas atômicas
Os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki não foram apenas tragédias históricas, mas um alerta permanente. Os relatos dos hibakusha revelam a crueldade extrema das armas nucleares, enquanto a atual escalada militar global mostra que a ameaça não acabou. Suas vozes ecoam uma exigência urgente: a abolição total dessas armas antes que o "inferno" se repita. Como disse Toshio Tanaka, sobrevivente de Hiroshima:
"Se continuarmos neste caminho, poderemos ver o fim da Terra".