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domingo, 19 de janeiro de 2025 às 10:12 GMT+0

A farsa dos "genes ruins": O uso do racismo travestido de ciência para justificar deportações

Nos Estados Unidos, a retórica política de deportações em massa tem ganhado força, utilizando argumentos pseudocientíficos para justificar ações discriminatórias. A ideia de que imigrantes trazem "genes ruins" é uma tentativa de dar legitimidade científica a preconceitos e políticas racistas, apesar de serem baseadas em conceitos desatualizados e refutados.

Essencialismo genético: Uma base falaciosa

O essencialismo genético, que atribui características humanas exclusivamente ao DNA, é frequentemente usado para justificar hierarquias sociais. Esse conceito ignora fatores estruturais, como desigualdade econômica e discriminação institucional, que moldam comportamentos e resultados. Exemplos incluem:

  • Estudos enviesados que associam taxas de encarceramento a predisposições genéticas, ignorando práticas discriminatórias no sistema de justiça.
  • Interpretações errôneas de pesquisas genéticas, como o estudo de 2018 sobre escolaridade, que mostrou que a genética explica apenas 11-13% das diferenças no nível educacional, enquanto o restante é influenciado por fatores socioeconômicos e estruturais.

Racismo científico e manipulação de dados

O racismo científico, historicamente utilizado para sustentar ideias de superioridade racial, persiste na manipulação de dados genéticos para justificar políticas de exclusão. Casos emblemáticos incluem:

  • Samuel Morton, que usou medições cranianas para promover a supremacia branca.
  • A teoria da substituição, que argumenta que populações brancas estão sendo "substituídas" por imigrantes de cor, reforçando a ideia de inferioridade genética.

O movimento eugenista e suas influências

As ideias atuais têm raízes no movimento eugenista americano do início do século XX, que buscava "melhorar" a humanidade por meio de políticas baseadas em "ciência racial". Leis como a Immigration Restriction Act of 1924 institucionalizaram discriminação racial, influenciando políticas de imigração até hoje.

A realidade da variação genética humana

  • Pesquisas científicas mostram que a variação genética entre populações humanas é mínima.
  • Diferenças observáveis, como tom de pele, não são preditivas de outras características, como inteligência. Essas descobertas desmentem argumentos de que certas populações são geneticamente superiores.

Relevância atual e consequências

  • A retórica pseudocientífica continua a alimentar políticas discriminatórias e violência racial, com exemplos como o massacre de Buffalo (2022). Políticos e grupos supremacistas distorcem a ciência para justificar agendas que perpetuam desigualdade e ódio.

"Quando o racismo tenta se mascarar de ciência, somos levados de volta aos horrores históricos da supremacia branca, lembrando que até mesmo em um país que se proclama o berço da democracia e defensor da liberdade e diversidade, práticas como essas expõem uma hipocrisia perigosa. Esse tipo de discriminação serve como um alerta global: antes de intervir em nome da paz em outros países, é preciso confrontar as próprias injustiças que ainda envenenam a sociedade."

O uso do racismo disfarçado de ciência é uma prática antiga que continua a impactar políticas públicas de forma prejudicial. A ciência genética, quando devidamente interpretada, desmente essas alegações e reforça a semelhança entre todos os seres humanos. Combater a desinformação é essencial para construir sociedades mais justas e inclusivas.

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