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domingo, 20 de agosto de 2023 às 15:51 GMT+0

Caixa de Pandora: Senadores demandam investigação sobre anúncios infantis personalizados no universo YouTube

Uma pesquisa recente da Adalytics, uma plataforma de transparência de qualidade de anúncios, está lançando luz sobre possíveis violações das leis de segurança infantil pelo YouTube.

De acordo com o relatório:

  1. Anúncios inadequados em conteúdo infantil: O estudo revela que anúncios direcionados a adultos foram exibidos em cerca de 100 vídeos considerados "feitos para crianças", levantando sérias questões sobre o conteúdo inadequado, como acidentes de carro e ferimentos médicos, para um público jovem e vulnerável.

  2. Cookies e rastreamento: Os anúncios estavam vinculados a sites que enviavam cookies para os dispositivos das crianças, o que poderia permitir a exibição posterior de anúncios direcionados, suscitando preocupações sobre a privacidade e o direcionamento de crianças por meio da coleta de dados.

  • As políticas do Google, empresa-mãe do YouTube, afirmam que anúncios em conteúdo voltado para crianças não devem usar rastreadores de terceiros nem coletar informações pessoais sem o consentimento dos pais. No entanto, Dan Taylor, vice-presidente de anúncios globais do Google, considerou o relatório da Adalytics "profundamente falho", argumentando que a presença de cookies não indica violação de privacidade.
  1. Ação legislativa e regulatória: Os senadores Ed Markey e Marsha Blackburn pediram à presidente da FTC (Comissão Federal Comércio) uma investigação das alegações. Isso destaca a preocupação com as práticas do YouTube e do Google, sugerindo possível violação do Children's Online Privacy Protection Act (COPPA), que exige consentimento dos pais para coleta de dados de usuários menores de 13 anos.

  2. Impacto nos anunciantes: A pesquisa também está influenciando os anunciantes. A IPG Mediabrands emitiu um "alerta de privacidade", sugerindo a pausa de anúncios no YouTube em resposta às preocupações. Embora tenha sido retratado como um rascunho não enviado aos clientes, essa reação mostra a sensibilidade do setor às questões de privacidade e ética.

  3. Escrutínio contínuo do Google: O Google já enfrentou escrutínio anteriormente por alegações relacionadas a anúncios. O relatório anterior da Adalytics acusou a empresa de enganar anunciantes sobre a colocação de anúncios em vídeos. Embora o Google tenha refutado essas alegações, os relatos de reembolsos a anunciantes indicam um esforço para resolver as discrepâncias.

  • À medida que o debate sobre a segurança das crianças online se intensifica, a pesquisa da Adalytics destaca a necessidade de:
  1. Regulamentações mais rigorosas: A exposição dessas questões ressalta a importância de regulamentações mais rígidas para proteger a privacidade e segurança das crianças em plataformas digitais.

  2. Maior responsabilidade das plataformas digitais: A pesquisa enfatiza a necessidade de as empresas assumirem maior responsabilidade pelo conteúdo e pelos anúncios veiculados em suas plataformas, especialmente quando se trata de públicos jovens e vulneráveis.

Enquanto o Google defende suas práticas, os senadores buscam respostas concretas, colocando a empresa no centro de uma discussão crítica sobre a proteção da privacidade infantil na era digital.

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