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domingo, 7 de setembro de 2025 às 12:30 GMT+0

O fim de um relacionamento não é um adeus: Mais doloroso que perder o outro é perder a si mesmo - Entenda o luto da ruptura

O escritor mexicano Alberto Villarreal, em uma entrevista à BBC Mundo, oferece um olhar profundo e honesto sobre o fim de um relacionamento. Ele vai além do clichê do sofrimento para explorar a ruptura como um verdadeiro "terremoto existencial". Para Villarreal, perder alguém que se ama é doloroso, mas o desafio ainda maior é se reencontrar.

Este artigo é um resumo das suas reflexões, baseadas em sua obra "Nada nunca termina, pero hay que decir adiós", e oferece uma nova perspectiva sobre a dor e o crescimento que vêm com o fim de um ciclo amoroso.

A geografia da perda: O que realmente desmorona?

Quando um relacionamento acaba, não perdemos apenas uma pessoa, mas um universo inteiro. A perda do parceiro é apenas a ponta do iceberg. A dor de uma ruptura é multifacetada e complexa, e entender a sua dimensão é o primeiro passo para a cura.

  • A perda da rotina e dos lugares: Lugares que antes eram de vocês, como restaurantes ou parques, se tornam paisagens repletas de lembranças. Sua rotina diária se desfaz.
  • O adeus às conexões sociais: Além do ex-parceiro, você também se despede da família dele, dos amigos em comum e, em alguns casos, até dos animais de estimação. O sentimento de isolamento pode ser imenso.
  • O desaparecimento de uma linguagem particular: Toda relação tem um idioma único, feito de olhares, apelidos e piadas internas. Quando a relação termina, essa linguagem se desfaz, e a intimidade que ela carregava se torna uma lembrança solitária.
  • A perda dos sonhos compartilhados: Talvez a perda mais abstrata e dolorosa seja a dos planos e expectativas que vocês construíram para o futuro, que agora não existe mais.

Luto amoroso: Uma morte em vida

A dor de uma separação pode ser equiparada ao luto pela morte de alguém. Afinal, a pessoa que existia para você, na forma em que a conhecia, não existe mais. Validar essa dor é fundamental para o processo de cura, que não é linear e exige tempo.

  • A confusão da falta de clareza: Frases como "te amo, mas preciso ir" podem intensificar a dor, pois misturam sentimentos contraditórios. A falta de um fechamento claro dificulta o luto.
  • As pequenas despedidas diárias: O luto não acontece de uma vez só. Ele se manifesta em ações diárias: apagar fotos, evitar lugares ou recalibrar algoritmos para não ver a pessoa nas redes sociais.

"Nada nunca termina": Honrando a memória sem a dor

O título do ensaio de Villarreal, "Nada nunca termina", carrega uma poderosa mensagem de libertação. As histórias de amor não têm um fim absoluto. Essa perspectiva alivia a pressão de "virar a página" ou "esquecer por completo".

  • A pessoa amada continua existindo na sua história, em forma de lembranças, aprendizados e hábitos que você incorporou.
  • É normal que "fantasmas do passado" nos visitem ocasionalmente. Aceitar isso não é um sinal de fracasso, mas sim uma parte natural do ser humano que amou profundamente.

O desafio de recuperar a si mesmo

  • Para Villarreal, o aspecto mais difícil e transformador de uma ruptura não é a perda do outro, mas o processo de reconstruir a si mesmo. Enquanto a perda é passiva, o ato de se reconectar com a sua própria identidade é uma ação ativa.
  • Uma ruptura o força a se reencontrar com sua própria identidade, que estava entrelaçada com a do casal. É preciso se readequar "geográfica, emocional e socialmente".
  • É uma jornada para redescobrir seus gostos, sua rotina e as amizades que te completam, reconstruindo uma vida que seja somente sua.

Crescimento e autoconhecimento: As oportunidades escondidas

  • Por mais dolorosas que sejam, as rupturas não trazem apenas sofrimento. Elas são uma oportunidade para o crescimento. Enxergar o lado positivo da situação é uma ferramenta de resiliência.
  • A tragédia do desamor pode agir como um catalisador para você se reconectar com suas emoções mais profundas.
  • O fim de um relacionamento te obriga a olhar para dentro de si, a se conhecer melhor. Muitas vezes, é através do outro que descobrimos quem somos.

O final não é o fim, é um novo começo

  • A jornada de uma ruptura é um paradoxo: a experiência de uma morte simbólica seguida por um renascimento. A dor é real, mas a mensagem final é de esperança. Entender que "nada nunca termina" nos liberta da angústia de ter que esquecer.

A tarefa mais importante não é apagar o outro, mas sim embarcar na difícil, mas gratificante, jornada de se reconstruir. A ruptura não é o fim da história, mas um ponto de virada essencial para você criar uma relação mais honesta e completa com a sua própria individualidade.

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