Brasil pode oferecer benefícios a Big Techs para evitar tarifas de Trump – Entenda o que está em jogo no acordo

O governo brasileiro está reconsiderando sua posição sobre a regulamentação das grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, em um esforço para reverter ou adiar as tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa mudança de estratégia foi revelada em uma reunião entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes de companhias como Apple, Google, Meta, Expedia, Visa e Mastercard. A negociação busca equilibrar interesses econômicos e políticos, diante da pressão exercida pelas tarifas americanas.
Contexto e importância das negociações
- Impacto das tarifas de Trump: Em julho de 2025, Trump anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, pressionando o governo a buscar alternativas para minimizar os prejuízos comerciais.
- Poder de influência das big techs: Essas empresas têm forte lobby junto à administração americana, o que as torna peças-chave para negociar a revisão das tarifas.
- Flexibilização regulatória como moeda de troca: O Brasil sinalizou abertura para discutir demandas das empresas, visando criar um ambiente favorável aos diálogos com os EUA.
Principais demandas das big techs
- Responsabilização por conteúdos: As empresas criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que ampliou a responsabilidade das redes sociais por postagens de terceiros, alegando que isso pode prejudicar a liberdade de expressão e a operação dos serviços.
- Política nacional de data centers: As companhias pediram agilidade na definição de regras e benefícios fiscais semelhantes aos oferecidos a empresas chinesas, visando expandir infraestrutura no Brasil.
- Taxação das big techs: Embora o presidente Lula tenha mencionado a possibilidade de tributar essas empresas como retaliação às tarifas de Trump, o governo não descartou negociar antes de tomar uma decisão definitiva.
Posicionamento do governo brasileiro
- O governo demonstrou disposição para discutir pontos como a regulamentação de conteúdos e a política de data centers, com propostas em análise na Casa Civil.
- Sobre o Pix, ferramenta criticada por Trump e pelas operadoras de cartão, o governo afirmou que o tema não será incluído nas negociações, por ser uma questão específica do setor financeiro.
Pricipais implicações
A abertura do Brasil para revisar normas que afetam as big techs reflete a complexidade das relações comerciais globais, onde concessões regulatórias podem ser usadas como estratégia diplomática. Se bem-sucedidas, as negociações podem aliviar tensões com os EUA e atrair investimentos tecnológicos. No entanto, a flexibilização exige cuidado para evitar abusos por parte das empresas ou prejuízos aos direitos dos usuários. O desfecho dessa discussão moldará não apenas o futuro das big techs no país, mas também a posição do Brasil no cenário econômico internacional.