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sábado, 21 de junho de 2025 às 10:02 GMT+0

Crise fiscal no Brasil: 4 medidas urgentes para cortar gastos e evitar o colapso econômico

A crise fiscal brasileira tem se agravado, com a dívida pública atingindo níveis preocupantes. Economistas ouvidos pela CNN apontam que, sem medidas eficazes de controle de gastos, a dívida bruta do governo geral (DBGG) pode ultrapassar 100% do PIB até 2030. Para evitar esse cenário, especialistas sugerem ajustes em áreas como despesas obrigatórias, subsídios, reforma administrativa e revisão do arcabouço fiscal. Este resumo detalha essas propostas, destacando sua importância e os desafios políticos envolvidos.

1. Controle das despesas obrigatórias

As despesas obrigatórias, que incluem benefícios sociais, salários públicos e gastos constitucionais com saúde e educação, representam mais de 90% do orçamento federal. Seu crescimento acelerado ameaça a sustentabilidade fiscal, pois supera o limite estabelecido pelo novo marco fiscal (70% da variação da receita do ano anterior).

Medidas sugeridas:

  • Reforma da previdência: Os benefícios previdenciários consomem 46,8% das despesas obrigatórias (mais de R$ 1 trilhão). Com o envelhecimento da população, esse valor tende a aumentar.
  • Revisão dos gastos mínimos em saúde e educação: A vinculação desses gastos à receita pressiona o orçamento. Um debate transparente poderia redirecionar recursos para investimentos.
  • Repensar o salário mínimo: Congelar o crescimento real (acima da inflação) e desvincular benefícios sociais do piso salarial reduziria impactos de R$ 400 milhões por R$ 1 de aumento.
  • Malha fina no Cadastro Único: Evitar fraudes em programas como o BPC, que teve aumento de 33% em beneficiários em 31 meses.

Flexibilizar o orçamento permitiria investimentos em infraestrutura e crescimento econômico.

2. Revisão de subsídios

Em 2024, a renúncia fiscal (isenções e incentivos) chegou a R$ 580 bilhões. Muitos subsídios podem estar desatualizados ou beneficiando setores sem retorno proporcional para a economia.

Propostas:

  • Reavaliar benefícios fiscais setoriais, mantendo apenas os com impacto social ou econômico comprovado.
  • Enfrentar resistências políticas, já que setores beneficiados têm forte lobby.

Reduzir subsídios ineficientes liberaria recursos para prioridades como educação e saúde.

3. Reforma administrativa

A modernização do serviço público visa aumentar eficiência e reduzir custos. A proposta abrange União, estados, municípios e os três poderes.

Pontos-chave:

  • Melhorar produtividade do funcionalismo, sem necessariamente cortar direitos.
  • Criar expectativas positivas para o médio prazo, embora os efeitos imediatos sejam limitados.
  • Dificuldade: A reforma enfrenta resistência de servidores e depende de consenso político.

4. Novo arcabouço fiscal

O atual marco fiscal (2023) já mostra sinais de desgaste. Economistas defendem uma regra mais robusta para a próxima gestão, com:

  • Maior controle de gastos e metas claras de superávit primário.
  • Legitimidade de um governo recém-eleito para implementar mudanças impopulares.

Por que é urgente? Projeções indicam que a dívida pode chegar a 95,3% do PIB em 2028, inviabilizando políticas sociais no longo prazo.

O Brasil enfrenta um dilema fiscal complexo, onde medidas impopulares são inevitáveis para evitar um colapso nas contas públicas. Priorizar o controle de despesas obrigatórias, revisar subsídios, avançar na reforma administrativa e criar uma nova regra fiscal são passos essenciais. No entanto, a implementação exigirá coragem política e diálogo transparente com a sociedade. Sem ações decisivas, o país arrisca perder capacidade de investimento e enfrentar crises ainda mais profundas na próxima década.

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