Luiza Trajano (Magazines Luiza) desafia a política monetária: Por que juros altos matam o crescimento das pequenas empresas?
A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, expressou críticas à manutenção das taxas de juros elevadas no Brasil durante o evento "Democracia e Direitos Humanos: Empresas juntas por um Brasil mais igualitário", realizado no Rio de Janeiro. Ela também destacou a importância de programas sociais e políticas de cotas para a construção de um país mais igualitário e economicamente saudável.
O impacto dos juros elevados na economia
Luiza Trajano argumenta que não há justificativa para as altas taxas de juros, enfatizando o impacto negativo sobre quem mais precisa:
- Prejuízo a pequenos e médios negócios: Os juros altos não afetam as grandes corporações, mas sim as micro, pequenas e médias empresas, que são as principais responsáveis pela geração de emprego e movimentação da economia.
A relação entre fome, renda e mercado
A empresária fez um aceno positivo ao governo e sublinhou a necessidade de combater a miséria para sustentar o crescimento:
- Soberania e combate à fome: Não há "soberania com fome". Ela elogiou o fato de o país ter saído do mapa da fome, citando a importância desse avanço.
- Crédito e renda: O mercado brasileiro depende intrinsecamente do crédito e da renda para prosperar, tornando a erradicação da fome um fator essencial.
- Programas sociais e trabalho: O Bolsa Família não prejudica o mercado de trabalho. Contudo, ele altera o perfil dos trabalhadores, que passam a valorizar mais o tempo com a família e a buscar um propósito maior nas empresas.
Defesa da diversidade e políticas de cotas
Trajano reafirmou seu compromisso com a diversidade e a necessidade de inclusão em cargos de liderança:
- Inclusão no mercado: A empresária defendeu ativamente as políticas de cotas.
- Críticas e pioneirismo: Ela relembrou as críticas sofridas em 2020 ao instituir um programa de trainee exclusivo para pessoas negras.
- Representatividade na liderança: É crucial aumentar a participação de mulheres e negros nos postos de administração e tomada de decisão das empresas.
A visão de Luiza Trajano para a economia brasileira é clara e coesa: o crescimento sustentável é travado pela manutenção desnecessária de juros elevados, que penalizam diretamente as pequenas e médias empresas — as verdadeiras motoras da geração de empregos — ao invés de grandes corporações. Ela defende que o avanço econômico depende fundamentalmente da inclusão social e da garantia de renda (reconhecendo o papel de programas como o Bolsa Família na estabilidade do mercado consumidor) e da diversidade nas lideranças (com a defesa de cotas para negros e mulheres), entendendo essas ações não como custos sociais, mas sim como investimentos estratégicos que destravam o potencial humano, a inovação e, consequentemente, impulsionam um ciclo virtuoso de consumo, crédito e desenvolvimento de alto calibre para o Brasil.
