Dark Horse - O Filme: A estratégia por trás do "thriller político" de Bolsonaro para 2026.
O cineasta americano Cyrus Nowrasteh está à frente de Dark Horse (Azarão), um filme sobre Jair Bolsonaro, idealizado por seus apoiadores, que promete um "retrato complexo e honesto" do ex-presidente brasileiro.
O longa, previsto para 2026, ano de novas eleições presidenciais, está sendo tratado pelo diretor como um "thriller político contemporâneo" e já encerrou suas gravações em São Paulo.
O filme: Dark Horse
- Gênero e abordagem: Nowrasteh classifica a obra como um "thriller político contemporâneo" que busca iluminar o cenário atual no Brasil e no mundo. Ele compara sua abordagem à de cineastas como Costa-Gavras e Oliver Stone, conhecidos por desafiar narrativas oficiais em temas polêmicos.
- Foco narrativo: A história se concentra na tentativa de assassinato sofrida por Bolsonaro em 2018 em Juiz de Fora (MG). O ex-presidente recorda momentos de sua vida por meio de flashbacks enquanto passa por cirurgias. O filme deve culminar com sua eleição naquele ano.
- Idealização e produção: A ideia e o argumento são do deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-Secretário de Cultura. A produção é da GoUp Entertainment, de Karina Ferreira da Gama.
- Público e idioma: O filme foi todo falado em inglês e terá uma versão dublada para o Brasil, visando um público internacional.
- Sobre a controvérsia: O diretor reconhece que Bolsonaro é uma "figura controversa e polarizadora", mas argumenta que temas polarizadores são férteis para o cinema, permitindo questionar narrativas predominantes. Nowrasteh afirma que a obra não fugirá das controvérsias e será um "retrato complexo e honesto".
O elenco e a equipe
- Intérprete de Bolsonaro: O ator americano Jim Caviezel, famoso por interpretar Jesus em A Paixão de Cristo (2004) e por estrelar O Som da Liberdade (2023), foi a única escolha para o papel. Caviezel, apoiador de Donald Trump e católico praticante, aceitou o papel sem negociar valores, segundo Mário Frias.
O Diretor, Cyrus Nowrasteh:
Cineasta americano de ascendência iraniana, Nowrasteh tem em seu currículo filmes com forte apelo político e cristão, como:
- O Apedrejamento de Soraya M (2008), sobre uma execução no Irã.
- O Jovem Messias (2016), sobre um Jesus adolescente.
- Sequestro Internacional (2019)
Contexto religioso: Mário Frias é cristão e defende o envolvimento da religião na política. Embora não esteja claro o tom religioso no filme, Nowrasteh tem histórico em produções cristãs e Bolsonaro se aproximou do setor evangélico na política.
Financiamento e transparência
- Origem dos recursos: Mário Frias, o idealizador, tem afirmado que o filme é de "baixíssimo orçamento" para padrões americanos e que jamais usaria "verba pública" ou Leis de Incentivo (como a Rouanet).
- Produtora e emendas: A produtora GoUp Entertainment, de Karina Ferreira da Gama, já recebeu
R$ 2,6 milhõesvia emendas parlamentares de deputados do PL para outra produção. O Instituto Conhecer Brasil, onde a produtora também é sócia, recebeu mais deR$ 100 milhõesda Prefeitura de São Paulo e duas emendas deR$ 1 milhãodo próprio Mário Frias para projetos distintos. - Apoios negados: Tanto o Governo de São Paulo (Tarcísio de Freitas) quanto a Prefeitura de São Paulo (Ricardo Nunes) negaram ter dado qualquer apoio financeiro à produção de Dark Horse, embora a SPCine tenha autorizado as gravações seguindo o trâmite padrão.
Dark Horse não é apenas um filme, mas um lançamento estratégico para 2026: um thriller político polarizador que usa a facada de 2018 como lente, comparando-se a obras de Oliver Stone. Financiado por apoiadores e estrelado por Jim Caviezel, o longa busca o público internacional para consagrar a visão de seus idealizadores, prometendo um "retrato honesto" de Bolsonaro em meio a controvérsias claras sobre sua origem ideológica e financeira.
