Análise resumida: Lula critica Trump em encontro com Putin - Multilateralismo, guerra na Ucrânia e os impactos das tarifas comerciais

No dia 9 de maio de 2025, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva realizou um encontro bilateral com o líder russo Vladimir Putin no Kremlin, em Moscou. A reunião, marcada por discursos sobre multilateralismo e comércio internacional, ganhou destaque devido às críticas diretas de Lula às políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O contexto da visita incluía a participação de Lula nas celebrações dos 80 anos da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial e discussões sobre a guerra na Ucrânia.
Críticas de Lula às políticas de Trump:
Lula afirmou que as decisões unilaterais de Trump, como a imposição de tarifas comerciais globais, prejudicam o livre comércio e o multilateralismo. Ele destacou que tais medidas "jogam por terra o respeito à soberania dos países", contrariando os ideais estabelecidos no pós-Segunda Guerra Mundial, quando se esperava um fortalecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e da cooperação internacional.
Defesa do multilateralismo e parceria Brasil-Rússia:
Ambos os líderes defenderam o multilateralismo como caminho para a estabilidade global. Putin elogiou as relações bilaterais e sugeriu ampliar a cooperação através de fóruns como o G20, os Brics e a ONU. Lula ressaltou o potencial para aumentar as exportações brasileiras para a Rússia, destacando interesses econômicos mútuos.
Guerra na Ucrânia e polêmicas:
Apesar de não mencionar o conflito na Ucrânia durante a parte pública da reunião, a visita de Lula a Moscou foi alvo de críticas. Autoridades ucranianas acusaram o Brasil de apoiar Putin, questionando sua neutralidade como possível mediador. O Itamaraty não respondeu às críticas, mas fontes do governo reafirmaram que o Brasil mantém sua posição independente.
Objetivos da viagem e contexto histórico:
A viagem teve três objetivos principais, segundo o Itamaraty:
1.
Promover o multilateralismo.
2.
Fortalecer as relações comerciais bilaterais.
3.
Discutir a mediação brasileira no conflito na Ucrânia.
- Além disso, Lula participou das celebrações do Dia da Vitória, evento simbólico que marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
O encontro entre Lula e Putin reforçou a posição do Brasil como defensor do diálogo multilateral e do comércio justo, enquanto expôs as tensões geopolíticas com os Estados Unidos sob a administração Trump. A ausência de menção à Ucrânia no discurso público, porém, levantou dúvidas sobre o papel mediador do Brasil. A visita destacou a complexidade das relações internacionais em um momento de polarização, com o Brasil buscando equilibrar parcerias estratégicas e sua imagem como ator global neutro.