Por que a economia cresce, mas a popularidade de Lula cai? Entenda a crise política em 2025 e o avanço da direita

Em 2025, o Brasil apresenta um cenário econômico robusto, com inflação sob controle, desemprego em queda e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, paradoxalmente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma crise de popularidade. Pesquisas recentes, como a da Atlas, indicam que a desaprovação governamental atingiu níveis recordes, enquanto a oposição de direita se fortalece. Essa dicotomia entre progresso econômico e declínio de apoio político suscita questionamentos sobre fatores que transcendem os dados numéricos, como a percepção pública e os custos políticos de certas medidas adotadas.
Cenário econômico desconectado da percepção pública
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Dados macroeconômicos: O país registrou uma inflação abaixo do esperado e um PIB em expansão, impulsionado principalmente pelo agronegócio e por investimentos produtivos. A taxa de desemprego também se manteve controlada, refletindo um bom desempenho do mercado de trabalho.
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Problema de comunicação e gestão: Apesar dos avanços, a população não associa esses resultados positivos às políticas do governo, conforme revelado pela pesquisa. Parte dessa desconexão pode ser atribuída à impopularidade do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que encareceu setores como telecomunicações e gerou insatisfação generalizada.
Crise de popularidade e ascensão da Direita
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Desaprovação recorde: A pesquisa Atlas aponta que a gestão econômica é percebida como ineficiente, e há uma crescente sensação de retorno da corrupção, fatores que minam a confiança no governo.
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Oposição fortalecida: A direita brasileira tem capitalizado esse descontentamento, ampliando sua base eleitoral e representando uma ameaça aos projetos de reeleição de Lula em 2026. O discurso da oposição ecoa as insatisfações populares, ganhando tração.
Fatores além da economia
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Custo político de decisões: Especialistas argumentam que o governo subestimou o impacto de medidas como o aumento do IOF, que afetou diretamente setores estratégicos e o cotidiano dos cidadãos. A comunicação ineficaz dessas medidas agravou o cenário.
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Narrativas e polarização: A direita demonstra maior habilidade em articular críticas ao governo, associando-o a crises passadas e promovendo uma agenda alternativa que ressoa com parcelas significativas da população. A polarização política intensifica a batalha por narrativas.
O caso do governo Lula em 2025 exemplifica que os dados econômicos, por si só, não garantem apoio político. A percepção pública, a gestão de crises e a eficácia na comunicação são tão cruciais quanto os indicadores técnicos. Enquanto a economia avança, a insatisfação popular e o fortalecimento da oposição revelam desafios profundos. Para reverter o quadro, o governo precisará reconquistar a confiança da sociedade e reavaliar suas estratégias políticas. Sem uma mudança de rumo, mesmo com números positivos, o governo pode continuar perdendo espaço para seus adversários, colocando em risco a sustentabilidade de sua base de apoio.