Uma resposta do ChatGPT = 1 garrafa d'´agua? O verdadeiro custo dos data centers no Brasil

A era digital transformou a maneira como consumimos informação, entretenimento e serviços. Por trás dessa revolução, os data centers funcionam como o "cérebro" da internet, processando tudo, desde fotos em redes sociais até operações complexas de inteligência artificial. No entanto, essas estruturas consomem quantidades colossais de energia e água, gerando preocupações ambientais. Com a expansão dos data centers no Brasil e no mundo, cientistas tentam medir seu impacto real, enquanto empresas e governos buscam soluções sustentáveis.
O que são data centers e por que são essenciais?
Data centers são instalações que abrigam servidores e equipamentos de rede, responsáveis por armazenar e processar dados digitais. Eles são a espinha dorsal da internet, permitindo desde o funcionamento de redes sociais até a execução de sistemas de inteligência artificial.
- Sem data centers, serviços como streaming, bancos digitais e plataformas de trabalho remoto seriam impossíveis.
- Com o crescimento da digitalização, essas estruturas tornaram-se críticas para a economia global.
O consumo de energia dos data centers
Data centers são gigantescos consumidores de energia, tanto para alimentar os servidores quanto para manter sistemas de refrigeração.
- No Brasil: Existem 162 data centers, com consumo equivalente ao de uma cidade de 2 milhões de habitantes (750MW a 800MW).
- Projeção para 2038: A demanda pode chegar a 17.716 MW, similar ao consumo de uma cidade com 43 milhões de pessoas.
- Causas do aumento: A inteligência artificial exige chips de alto desempenho, como os da Nvidia, que consomem muito mais energia.
O desafio de medir o impacto ambiental
Estimar o consumo real de energia e água é difícil devido à falta de transparência das empresas.
- Caixas-pretas: Muitas corporações não divulgam dados sobre capacidade operacional ou uso de recursos.
- Estimativas: Alex de Vries, especialista em impacto digital, calcula que a IA já consome tanta energia quanto a Holanda, e pode dobrar até 2025.
O consumo de água: Mito ou realidade?
A afirmação de que "uma pergunta ao ChatGPT gasta uma garrafa d’água" surgiu de um estudo da Universidade da Califórnia, mas varia conforme o sistema de refrigeração.
- Refrigeração a água: Alguns data centers usam torres de resfriamento, que evaporam água constantemente.
- Ciclo fechado: Outros adotam sistemas mais eficientes, reduzindo o consumo.
- Impacto local: Nos EUA, data centers já causaram conflitos por recursos hídricos em cidades pequenas.
O lado oculto das energias renováveis
Mesmo fontes limpas, como eólica e solar, têm impactos:
- Eólica: Ruído das turbinas pode causar problemas de saúde em comunidades próximas.
- Solar: Uso de água para limpeza de painéis e agrotóxicos para controlar vegetação.
- Conflitos territoriais: No Ceará, usinas eólicas já afetaram comunidades tradicionais, restringindo acesso a água e terras.
Soluções brasileiras e o futuro sustentável
O Brasil busca alternativas para reduzir o impacto ambiental dos data centers:
- Energia verde: Projetos como o do Porto do Pecém (CE) usarão fontes eólicas e solares.
- Inovações locais: Goiás estuda usar biometano (derivado de resíduos agrícolas) para alimentar data centers.
- Lei de IA em Goiás: Incentiva o uso de tecnologias sustentáveis e a integração de supercomputadores em pesquisas acadêmicas.
A expansão dos data centers é inevitável num mundo cada vez mais digital, mas seu impacto ambiental exige atenção. Enquanto empresas precisam ser mais transparentes, governos e pesquisadores devem buscar soluções inovadoras, como energias renováveis e sistemas de refrigeração eficientes. O Brasil tem oportunidade única de liderar esse caminho sustentável, combinando crescimento tecnológico com preservação ambiental. A questão que fica é: como equilibrar o avanço da IA com a necessidade de conservar recursos naturais para as futuras gerações?