Silas Malafaia na mira da PF: Acusações, defesa do pastor e conflito com Alexandre de Moraes

Imagem: Reuters
O pastor evangélico Silas Malafaia, uma das figuras mais influentes do cenário religioso e político brasileiro, está sendo investigado pela Polícia Federal (PF). A notícia, divulgada pela Globo News, vinculou Malafaia a um inquérito que também envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo. O caso tem gerado grande repercussão, especialmente por suas implicações políticas e jurídicas.
O contexto da investigação
A PF investiga supostos crimes como obstrução de Justiça, coação no curso do processo, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O inquérito, aberto em maio de 2025, tem como relator o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a apuração, as ações teriam como objetivo interferir no processo que julga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
A reação de Silas Malafaia
Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), Malafaia confirmou a investigação, mas criticou a forma como foi informado: "Eu só sei disso pela Globo News. Não recebi notificação nenhuma". Ele acusou a PF de atuar a serviço do governo Lula e de Alexandre de Moraes, classificando a ação como "perseguição política". O pastor também negou qualquer envolvimento com autoridades internacionais ou ações contra o Estado Democrático.
A ligação com o ato pró-Bolsonaro
Malafaia é apontado como um dos organizadores do comício em apoio a Bolsonaro realizado em 3 de agosto de 2025 na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante o evento, o ex-presidente apareceu em um vídeo transmitido por redes sociais, violando uma decisão judicial que o proibia de se manifestar publicamente. No dia seguinte, Bolsonaro foi preso em sua casa. A participação de Malafaia no ato pode ser um dos motivos de sua inclusão no inquérito.
As acusações e a defesa do pastor
Além de obstrução de Justiça, o pastor é investigado por:
- Coação no curso do processo.
- Organização criminosa.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático.
- Busca por sanções internacionais contra o Brasil.
Malafaia nega todas as acusações e afirma que suas críticas a Alexandre de Moraes, feitas há anos, são exercício de liberdade de expressão.
A repercussão política
O caso ocorre em um momento de tensão entre o STF e aliados de Bolsonaro. Malafaia, conhecido por seu alinhamento com o bolsonarismo, já havia defendido publicamente o impeachment de Moraes. A investigação pode intensificar os conflitos entre o Judiciário e setores conservadores da sociedade.
A resposta da Polícia Federal
Até o momento, a PF não se pronunciou oficialmente sobre a inclusão de Malafaia no inquérito. A BBC News Brasil entrou em contato com a assessoria da PF, mas não obteve resposta antes da publicação da matéria.
A investigação contra Silas Malafaia reflete os embates políticos e jurídicos que marcam o Brasil em 2025. Seu envolvimento no inquérito ligado a Bolsonaro levanta questões sobre liberdade de expressão, ativismo político e os limites da atuação religiosa na esfera pública. Enquanto o pastor alega perseguição, as autoridades seguram apurando sua possível participação em ações consideradas ilegais. O desfecho desse caso poderá ter impactos significativos no cenário político e religioso do país.