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quarta-feira, 21 de maio de 2025 às 10:07 GMT+0

Demência começa na infância? Como prevenção precoce pode salvar seu cérebro no futuro

A demência afeta mais de 60 milhões de pessoas globalmente, com custos anuais ultrapassando US$ 1,3 trilhão. Apesar dos avanços científicos, a cura ainda não existe, tornando a prevenção uma prioridade. Contudo, as estratégias atuais focam principalmente na meia-idade, ignorando que muitos fatores de risco começam muito antes – às vezes desde a infância ou mesmo no útero. Este resumo explora por que a prevenção da demência deve ser uma jornada vitalícia, baseando-se em evidências científicas e recomendações de especialistas.

A importância dos fatores de risco modificáveis

Estima-se que 45% dos casos de demência poderiam ser evitados com a redução de 14 fatores de risco, como obesidade, sedentarismo e tabagismo. Tradicionalmente, essas intervenções são direcionadas à meia-idade (40-60 anos), mas pesquisas mostram que:

1. Comportamentos de risco começam cedo: 80% dos adolescentes obesos mantêm o problema na vida adulta. Hábitos como fumar e consumo de álcool geralmente se iniciam na adolescência.

2. Dificuldade de mudança: Alterar comportamentos arraigados é mais complexo do que preveni-los desde o início.

As raízes precoces da demência

Evidências sugerem que a saúde cerebral na velhice está ligada a fatores desde a infância:

  • Desenvolvimento cerebral: O cérebro passa por fases críticas de desenvolvimento nos primeiros anos, e alterações estruturais podem persistir por décadas.

  • Estudos longitudinais: Pessoas com menor capacidade cognitiva aos 11 anos tendem a manter essa característica aos 70 anos, indicando que o declínio não é exclusivo ao envelhecimento.

  • Exposições precoces: Fatores como má nutrição, estresse tóxico e falta de estímulos cognitivos na infância podem aumentar o risco futuro.

A necessidade de uma abordagem vitalícia

Prevenção eficaz requer ações em múltiplas fases da vida:

  • Primeiros anos (0-10 anos): Investir em educação de qualidade, nutrição adequada e ambientes livres de toxinas (como poluição e tabagismo passivo).

  • Adolescência e vida adulta jovem (10-40 anos): Promover atividade física, saúde mental e evitar vícios.

  • Meia-idade e velhice (40+ anos): Manter controle de pressão arterial, diabetes e engajamento social.

Recomendações práticas

Um consenso de 33 especialistas propõe:

  • Políticas públicas: Ambientes urbanos que incentivem exercícios, acesso a alimentos saudáveis e redução de poluentes.

  • Educação: Programas escolares que enfatizem saúde cerebral e habilidades cognitivas.

  • Indivíduo e comunidade: Conscientização sobre hábitos sustentáveis desde a infância.

A demência não é inevitável, mas sua prevenção exige uma mudança de paradigma: em vez de focar apenas na meia-idade ou velhice, devemos agir desde os primeiros anos de vida. Combater desigualdades sociais, melhorar a educação e criar ambientes saudáveis são passos essenciais para reduzir o risco global. Como destacam os autores, "nunca é cedo demais para começar, mas também nunca é tarde para mudar". A saúde do cérebro é um projeto para toda a vida – e quanto antes iniciarmos, maiores serão os benefícios coletivos.

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