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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024 às 10:10 GMT+0

Idosos e o vício em redes sociais: Quando o celular se torna um perigo invisível

A crescente dependência de idosos em relação às redes sociais tem gerado preocupação entre especialistas e famílias. Apesar de inicialmente considerados resistentes à tecnologia, muitos idosos demonstram comportamentos típicos de vício digital. Este cenário, evidenciado por histórias reais e pesquisas recentes, reflete desafios e oportunidades no uso de dispositivos eletrônicos por essa faixa etária.

A nomofobia entre idosos

A nomofobia, ou medo de ficar sem celular, não é uma doença reconhecida, mas um conjunto de sintomas associados ao uso exagerado de dispositivos eletrônicos. Entre os idosos, o impacto pode ser ainda mais acentuado devido a fatores como:

  • Isolamento e solidão: Muitos utilizam o celular como única conexão com o mundo exterior, especialmente durante a pandemia de COVID-19.
  • Declínio cognitivo: O uso exagerado de celulares pode agravar condições como a demência.
  • Transtornos de humor: Depressão e ansiedade frequentemente levam ao uso compulsivo de redes sociais.

A pesquisadora Renata Maria Santos identificou que idosos apresentam ansiedade generalizada de desconexão, desafiando expectativas sobre sua relação com a tecnologia.

Fatores que intensificam o vício

Os dispositivos eletrônicos e as redes sociais oferecem estímulos constantes, ativando o chamado "circuito de recompensa" no cérebro. Essa resposta neurológica, semelhante à observada em dependências químicas, é particularmente problemática para idosos devido a:

  • Busca por validação: Sentimentos de exclusão e desejo de aceitação aumentam a vulnerabilidade.
  • Falta de letramento digital: A dificuldade em distinguir informações confiáveis pode levar a comportamentos problemáticos, como gastos impulsivos ou crenças em notícias falsas.

Histórias reais

  • Casos como o de Maria Aparecida Silva e da mãe de Ester ilustram os efeitos do vício em celulares. Aparecida superou o vício ao buscar atividades como caratê, enquanto Ester e seus irmãos precisaram tomar medidas drásticas, como desligar o Wi-Fi, para controlar a obsessão da mãe.

  • Em situações extremas, o vício pode levar a confusões entre realidade e ficção, como no caso de uma idosa que criou namorados fictícios. Esses comportamentos, associados a demências ou transtornos de humor, podem se intensificar com o uso inadequado de dispositivos eletrônicos.

Riscos e consequências

O uso excessivo de celulares pode causar problemas significativos, incluindo:

  • Agressividade e hiperssexualização: Sintomas comuns em idosos com declínio cognitivo.
  • Queda de potencial cognitivo: Estudos mostram que a proximidade do celular pode reduzir a capacidade cognitiva.
  • Maior vulnerabilidade: Idosos se tornam alvos fáceis de golpes e fraudes.

Soluções e recomendações

Para enfrentar esses desafios, especialistas sugerem:

  • Familiarização com a tecnologia: Cursos de letramento digital podem capacitar idosos a utilizar dispositivos de forma ética e segura.
  • Atividades offline: Incentivar hobbies e interações sociais presenciais ajuda a reduzir a dependência tecnológica.
  • Acompanhamento familiar: Estar presente e identificar sinais de uso prejudicial é essencial para a saúde mental e emocional dos idosos.

Embora os celulares possam melhorar a qualidade de vida dos idosos ao promover contato com familiares e entretenimento, o uso excessivo pode resultar em sérios problemas físicos, emocionais e sociais. A solução está em equilibrar os benefícios da tecnologia com práticas conscientes e suporte adequado. Somente assim será possível garantir que os avanços digitais sirvam como aliados, e não como fontes de dependência ou sofrimento.

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