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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 às 10:17 GMT+0

Cuidado com o “café fake” e outros produtos enganosos: Atenção nos rótulos - Dicas para evitar ser enganado

Nos supermercados, é cada vez mais comum encontrar produtos que parecem com os tradicionais, mas, na realidade, são versões modificadas e, muitas vezes, de qualidade inferior. Um dos casos mais polêmicos é o chamado "café fake", um pó vendido como café, mas que contém impurezas e não é 100% puro.

Mas esse não é o único exemplo. Muitos produtos vendidos como queijo, leite, azeite e até iogurte são misturas que podem confundir o consumidor. O problema está na falta de transparência, na semelhança das embalagens com os produtos originais e no impacto na saúde.

Entenda o que está acontecendo e como se proteger.

O que é o “café fake”?

O chamado "cafake" (junção de "café" e "fake") não é um produto oficial, mas uma expressão usada para descrever cafés que contêm impurezas como cascas, paus e outros elementos que não deveriam estar ali.

Principais características do café adulterado:

  • Menos café, mais impurezas: pode conter pedaços de madeira, cascas e outros resíduos.
  • Preço muito abaixo da média: enquanto um café tradicional custa cerca de R$ 30 por 500g, o “cafake” pode ser encontrado por R$ 13,99.
  • Aroma e sabor diferentes: muitos consumidores relatam que a bebida tem gosto estranho, queimado ou aguado.
  • Não possui registro adequado: segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o produto não tem regulamentação e não deveria ser comercializado.

Com a alta dos preços, muitas pessoas acabam optando por essas versões mais baratas, sem perceber que não estão comprando café puro.

Outros produtos que parecem, mas não são

O “cafake” é apenas um exemplo de um problema maior. Outros alimentos também possuem versões similares no mercado que podem confundir os consumidores. Veja alguns exemplos comuns:

  • Leite condensado falso: muitos produtos vendidos como leite condensado são, na verdade, misturas lácteas condensadas, que contêm mais soro de leite e amido do que leite puro.
  • Creme de leite alterado: versões mais baratas conhecidas como "creme culinário" podem substituir a gordura do leite por gordura vegetal, mudando a textura e o sabor.
  • Iogurte modificado: algumas embalagens trazem a palavra "iogurte", mas o produto é uma bebida láctea, que contém menos leite fermentado e mais amido.
  • Azeite de oliva misturado: muitos frascos que parecem azeite puro, na verdade, são óleos compostos, que misturam azeite com óleos mais baratos, como soja e canola.
  • Queijo parmesão enganoso: o tradicional queijo ralado pode conter mais amido do que queijo, além de aditivos para realçar o sabor.

Esses produtos não são ilegais, mas as embalagens e descrições enganosas fazem com que muitos consumidores acreditem estar comprando a versão original.

Por que esses produtos estão se popularizando?

Existem três motivos principais para a popularização desses produtos similares:

1. Aumento dos preços

Com a inflação dos alimentos, consumidores procuram alternativas mais baratas, sem perceber que a composição do produto é diferente. O café, por exemplo, subiu 39,6% em 2024, enquanto a inflação geral foi de 4,83%, tornando as versões mais baratas uma opção atraente.

2. Estratégias da indústria

Empresas reduzem custos misturando ingredientes mais baratos, como soro de leite, amido e óleos vegetais, sem destacar essa mudança de forma clara para o consumidor. O aproveitamento de subprodutos da indústria alimentícia tornou-se uma prática comum.

3. Falta de fiscalização e transparência

A legislação permite que esses produtos sejam vendidos, desde que a embalagem informe corretamente a composição. No entanto, as informações nem sempre são evidentes, e muitas marcas utilizam rótulos e cores parecidas com os produtos tradicionais para enganar o consumidor desatento.

Como esses produtos podem afetar sua saúde?

Nem todos os produtos similares fazem mal, mas a composição deles costuma ser inferior em qualidade e valor nutricional.

Possíveis riscos do consumo frequente:

  • Menos nutrientes essenciais: produtos como queijos e iogurtes alternativos podem ter menos cálcio e proteínas.
  • Mais aditivos e conservantes: a substituição de ingredientes naturais por gorduras vegetais, amido e aromatizantes artificiais pode impactar a saúde.
  • Maior consumo de alimentos ultraprocessados: estudos mostram que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados está ligado a obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.

Para manter uma alimentação equilibrada, é essencial ler os rótulos e entender a composição dos alimentos antes de comprar.

Como evitar ser enganado?

Para garantir que você está comprando um produto autêntico e de qualidade, siga algumas dicas essenciais:

1. Leia os rótulos com atenção

  • Muitas embalagens incluem termos sutis para indicar que o produto não é original. Fique atento a palavras como "composto", "tipo", "mistura", "sabor" e "culinário".
  • Além disso, verifique a lista de ingredientes. Se houver muito amido, gordura vegetal ou aditivos artificiais, desconfie.

2. Compare os preços

  • Se um produto está muito mais barato que os concorrentes da mesma categoria, pode haver algo errado. O café, por exemplo, tem um custo elevado. Se um pacote de 500g custa metade do preço de um café tradicional, é provável que contenha impurezas.

3. Observe a embalagem

  • Muitas marcas imitam a identidade visual de produtos famosos, usando cores, fontes e imagens semelhantes. Compare as informações com a embalagem original antes de comprar.

4. Pesquise a marca

  • Verifique se o produto tem registro em órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
  • No caso do café, por exemplo, procure pelo selo de qualidade da Associação Brasileira da
    Indústria do Café (Abic).

5. Prefira produtos certificados

  • Sempre que possível, escolha produtos com selos de certificação de qualidade. No caso do azeite, por exemplo, o selo de pureza indica que o produto foi analisado e aprovado por especialistas.

Atenção na hora da compra

  • A popularização de produtos como o “café fake” mostra como a indústria está explorando a busca por preços mais baixos para oferecer alternativas que parecem idênticas às originais, mas têm qualidade inferior.
  • A melhor forma de evitar cair nessas armadilhas é ler os rótulos, entender os ingredientes e ficar atento a embalagens enganosas.

Na dúvida, pesquise, compare e escolha produtos de qualidade. Afinal, nem tudo o que parece ser, realmente é.

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