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segunda-feira, 5 de maio de 2025 às 11:43 GMT+0

Análise simplificada de como a "Starlink" funcionaria em um apagão no Brasil

O recente apagão que afetou Espanha e Portugal levantou uma questão interessante: Serviços de internet via satélite, como a Starlink, poderiam ser uma alternativa confiável durante grandes quedas de energia? No Brasil, com seu vasto território e desafios de infraestrutura, essa possibilidade se torna ainda mais relevante. Vamos entender como a Starlink funciona e quais seriam os cenários e limitações em caso de um apagão no país.

O básico: Como a Starlink opera em crises

A Starlink utiliza uma rede de satélites que orbitam a Terra bem perto de nós, chamada de constelação de baixa órbita (LEO). Essa constelação envia internet diretamente para uma antena parabólica (dish) instalada na casa ou empresa do usuário. A grande vantagem é que, ao contrário das redes de celular tradicionais (4G/5G), que dependem de torres de transmissão conectadas por cabos e energia elétrica, a Starlink se comunica diretamente com o espaço. Isso a torna menos suscetível a interrupções causadas por problemas na rede elétrica terrestre.

  • Independência da infraestrutura local: As operadoras de celular precisam de geradores ou baterias para manter suas torres funcionando durante um apagão. Já a Starlink só precisa que o usuário tenha alguma fonte de energia para alimentar seu próprio modem e a antena.
  • Ampla cobertura: A Starlink já oferece cobertura em grande parte do Brasil, incluindo áreas rurais e remotas onde o sinal de 4G/5G é fraco ou inexistente.

Apagão no Brasil: O que poderia acontecer?

Vamos imaginar dois cenários de apagão no Brasil:

1. Falha Generalizada (Como os apagões de 2009 e 2021):

  • Cidades: Aqueles que possuem geradores de energia, sistemas de bateria ou energia solar em suas casas ou empresas conseguiriam manter a Starlink funcionando. Isso garantiria a comunicação por aplicativos de mensagens (como WhatsApp), e-mails e até mesmo acesso a serviços de telemedicina, o que seria crucial em uma emergência.
  • Áreas rurais: Comunidades e propriedades isoladas que já utilizam a Starlink continuariam conectadas. Isso seria uma grande diferença em relação às redes 3G/4G, que inevitavelmente falhariam sem energia nas torres de transmissão.
  • Serviços essenciais: Hospitais, órgãos de defesa civil e bombeiros poderiam usar a Starlink como um sistema de comunicação de reserva vital em situações críticas.

2. Limitações e desafios:

  • Dependência de energia do usuário: O ponto crucial é que, se o usuário não tiver uma fonte de energia alternativa (como um gerador ou bateria), o modem e a antena da Starlink se desligariam junto com a falta de luz. A Starlink sozinha não resolve o problema da falta de energia.
  • Possível congestionamento: Se um grande número de pessoas no Brasil tentasse usar a Starlink simultaneamente durante um apagão, a velocidade da internet poderia diminuir. Algo parecido aconteceu parcialmente na Espanha durante o apagão recente.
  • Custo elevado: O equipamento inicial da Starlink tem um custo considerável (cerca de R$ 2.500), além de uma mensalidade que varia entre R$ 300 e R$ 500. Esse valor ainda é um obstáculo para a maioria da população brasileira.

Útil, mas não uma solução completa

A Starlink certamente seria uma ferramenta muito útil durante um apagão no Brasil, especialmente para:
1. Indivíduos e organizações que já possuem sistemas de energia de reserva (geradores, energia solar, baterias).

2. Regiões com infraestrutura de telecomunicações precária, como o interior e a Amazônia.

3. Serviços de emergência que precisam de comunicação confiável em momentos de crise.

No entanto, é importante entender que a Starlink não é uma solução mágica para a maioria da população, que não tem como manter o sistema ligado sem energia ou não pode arcar com os custos do serviço.

A melhor abordagem seria combinar a capacidade da Starlink com investimentos em redes de comunicação mais resilientes, como a instalação de baterias de longa duração em torres de celular e o desenvolvimento de microrredes de energia renovável. Dessa forma, o Brasil estaria mais bem preparado para enfrentar futuros apagões e garantir a comunicação em momentos críticos.

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