EUA vs. Trump: Decisão do Tribunal declara as tarifas de Trump ilegais - O que isso representa para o Brasil e para os países afetados?

Em um veredicto que pode redefinir o futuro da política comercial dos Estados Unidos, um Tribunal de Apelações dos EUA proferiu uma decisão monumental, declarando ilegal a maioria das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. A decisão, que gerou incerteza e reações acaloradas, desencadeia uma batalha legal complexa que provavelmente culminará na Suprema Corte.
O que aconteceu? A decisão e a razão jurídica
A decisão foi tomada no dia 29 de agosto de 2025 pelo Tribunal de Apelações para o Circuito Federal, com 7 votos a 4
. A ação foi movida por pequenas empresas e por uma coalizão de estados americanos. A contestação era sobre as ordens executivas de Trump que impuseram uma tarifa geral de 10% a todos os países e tarifas específicas a dezenas de nações.
- O ponto central do conflito: A questão jurídica central gira em torno da separação de poderes entre o Presidente e o Congresso.
- O argumento de Trump: A defesa de Trump se baseou na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) de 1977. Ele argumentou que os déficits comerciais eram uma "ameaça à segurança nacional", o que lhe daria o poder de impor as tarifas.
- A resposta do tribunal: O tribunal rejeitou a argumentação, afirmando que a IEEPA não menciona tarifas e que a autoridade para impor tarifas é, pela Constituição, do Congresso. A decisão reforça que, quando o Congresso delega esse poder, ele o faz de forma clara e explícita, o que não é o caso da IEEPA.
O que as empresas e países devem saber?
A decisão não abrange todas as tarifas de Trump e a batalha ainda não terminou.
- Exceções importantes: As tarifas sobre aço e alumínio, por exemplo, impostas com base em uma lei diferente, permanecem em vigor por enquanto.
- Próximos passos: A decisão do tribunal só entrará em vigor no dia 14 de outubro de 2025. Esse intervalo de tempo permite que o governo apele. A expectativa é de que o caso seja levado à Suprema Corte dos EUA, a última instância para a decisão.
Reações e consequências
A decisão provocou reações fortes e levantou preocupações sobre os impactos econômicos.
- A reação de Trump: O ex-presidente reagiu com fúria nas redes sociais, classificando o tribunal como "altamente partidário" e alertando que a decisão poderia
"destruir os Estados Unidos".
- Implicações financeiras: Se a decisão for mantida pela Suprema Corte, os EUA poderão ter que pagar bilhões de dólares em reembolsos a empresas e países. A incerteza paira sobre os mercados globais e o futuro do comércio internacional.
O veredicto final: A Suprema Corte em foco
O desfecho da história está nas mãos da Suprema Corte dos EUA, composta por 9 juízes (sendo 6 nomeados por presidentes republicanos, três deles pelo próprio Trump).
- Precedentes: A Suprema Corte já demonstrou uma tendência a limitar o poder de presidentes que tentam implementar políticas amplas sem a autorização explícita do Congresso. Isso foi visto em decisões recentes sobre políticas de Joe Biden.
- A grande questão: Os juízes terão que decidir se a imposição das tarifas por Trump foi um excesso de poder presidencial ou se estava de acordo com a lei. A decisão não definirá apenas o futuro de bilhões de dólares, mas também os limites do poder executivo para as próximas gerações.