Fed e BC decidem juros (17/06): Selic sobe ou fica em 14,75%? Entenda o impacto na inflação e no seu bolso

Nesta semana, o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central do Brasil (BC) iniciam suas reuniões para definir os rumos das taxas de juros em um contexto global e doméstico marcado por sinais contraditórios. Enquanto os EUA devem manter os juros estáveis, o Brasil vive um debate acirrado entre manutenção ou nova alta da Selic, refletindo a complexidade do cenário econômico atual.
Contexto global: Fed deve manter juros, com expectativa de corte em setembro
- O Fed deve manter sua taxa básica entre 4,25% e 4,5%, conforme 99,8% das apostas no FedWatch (CME Group).
- A maioria dos investidores (57,2%) projeta o primeiro corte para setembro, reduzindo a taxa para 4%-4,25%.
Fatores externos influenciam:
- Tensões geopolíticas, como os ataques entre Israel e Irã, pressionam o preço do petróleo.
- A disputa comercial EUA-China amenizou-se, mas tarifas ainda preocupam os mercados.
Cenário brasileiro: Divisão entre manutenção ou alta da Selic
- Expectativa oficial (Focus) aponta para manutenção da Selic em 14,75%, com possível início de cortes em 2026.
- Porém, o mercado financeiro precifica 56,5% de chance de alta de 0,25 p.p. (dados da B3), refletindo incertezas.
Motivos para a divisão:
- Inflação resiliente: Serviços e expectativas ainda pressionam, segundo BTG Pactual.
- Atividade econômica: Dados mistos, com desaceleração em alguns setores, mas mercado de trabalho aquecido.
Posicionamento do BC: Flexibilidade e cautela
- O Itaú destaca que o BC manterá postura "data dependent", com possibilidade de nova alta se a inflação piorar.
- Projeção: Inflação em 3,3% no horizonte relevante, próxima da meta, mas com riscos ascendentes.
- Declarações recentes do presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçam que o ciclo de altas não está encerrado.
Relevância e impactos
- Para os EUA: Manutenção dos juros sinaliza cautela do Fed, com foco em controlar inflação sem estrangular o crescimento.
- Para o Brasil: Decisão afeta crédito, investimentos e consumo. Selic alta pode frear atividade econômica, mas é crucial para ancorar expectativas.
- Cenário internacional: Conflitos e commodities impactam inflação global, influenciando políticas monetárias.
As decisões do Fed e do BC ocorrem em um momento de transição, onde dados econômicos díspares e riscos geopolíticos exigem equilíbrio entre controle inflacionário e crescimento. Enquanto os EUA caminham para um possível afrouxamento monetário, o Brasil debate se a Selic já atingiu seu pico ou se ainda há espaço para ajustes. A postura cautelosa de ambos os bancos centrais reflete a complexidade do atual cenário, onde flexibilidade e análise de dados serão chave para os próximos passos.