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quarta-feira, 10 de setembro de 2025 às 10:44 GMT+0

O voto de Fux: O Ministro do STF pode absolver ou condenar Bolsonaro no caso do plano de golpe?

O Supremo Tribunal Federal (STF) está no centro do cenário político nacional. A retomada do julgamento(10/09) sobre a suposta articulação de um plano golpista, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, tem gerado intensa polarização e expectativa. A atenção de todos está voltada para o próximo voto, que pode ser o do ministro Luiz Fux.

O caso não é apenas um processo penal; é um marco para a democracia brasileira. Ele levanta debates cruciais sobre a liberdade de expressão e os limites da ação política, ao mesmo tempo em que testa a solidez das instituições democráticas do país.

Os votos iniciais e o clima tenso no STF

O julgamento começou com os votos pela condenação do ex-presidente e dos demais réus, proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Ambos fundamentaram suas decisões na alegada tentativa de romper a ordem democrática.

  • O voto de Moraes, relator do caso, foi extenso e detalhado, durando mais de duas horas.
  • A tensão no plenário virtual ficou evidente quando Dino, em um momento de descontração, brincou que Moraes "precisava tomar uma água".
  • O ministro Fux, que presidia a sessão, interveio imediatamente, relembrando aos colegas a regra de não interromper os votos, reforçando sua autoridade e o zelo pela formalidade do processo.

O debate político: As perspectivas do governo e da oposição

A polarização do caso não se limitou ao STF. O debate público, como o que ocorreu na CNN, demonstrou as diferentes expectativas em relação ao voto de Fux.

Visão da oposição (Deputado Capitão Alberto Neto):

O parlamentar, aliado de Bolsonaro, classificou o processo como uma "farsa judicial". Ele aposta que Fux, por ser um "juiz muito experiente", encontrará falhas na ação e proferirá um voto divergente. A esperança é que um voto contrário leve o caso ao plenário físico do STF, onde acreditam que o julgamento seria mais "justo", em oposição à "inquisição" que, em sua visão, acontece no momento.

Visão do governo (Deputado Rogério Correia):

O deputado governista está certo de que Fux votará pela condenação, alinhando-se a Moraes e Dino. No entanto, ele admite a possibilidade de divergência na dosimetria das penas. Isso significa que, mesmo concordando com a culpabilidade dos réus, Fux poderia ter um entendimento diferente sobre a quantidade de pena a ser aplicada, o que alteraria a severidade da punição.

A relevância e as implicações do julgamento para o Brasil

O destino dos réus é importante, mas o julgamento tem implicações que vão muito além. Ele é fundamental para a consolidação democrática do país.

  • A defesa da democracia e da Constituição: O STF trata o caso como uma defesa do núcleo mais sólido da democracia. Como ressaltou o deputado Rogério Correia, crimes contra o Estado Democrático de Direito atingem cláusulas pétreas, dispositivos imutáveis da Constituição. O julgamento, portanto, está estabelecendo um precedente sobre os limites entre a liberdade de expressão e a tentativa de subverter a ordem.
  • O papel central do Ministro Fux: Como próximo a votar e presidente da sessão, Fux é visto como um possível "moderador". Sua vasta experiência e postura formalista podem tanto consolidar a vitória da acusação (formando uma maioria de 3 a 0) quanto introduzir nuances jurídicas que alterem o rumo final do processo, especialmente em relação às penas.
  • Enquadramento jurídico sem precedentes: O julgamento está, na prática, criando um manual para o sistema jurídico brasileiro sobre como processar e punir tentativas de golpe no século XXI. Elas não se dão mais com tanques nas ruas, mas com ações desestabilizadoras dentro das instituições.

Um marco na consolidação democrática

  • O julgamento do suposto plano golpista é um espelho da luta política e institucional no Brasil. Com dois votos pela condenação, toda a atenção se volta para o ministro Luiz Fux. Seu voto é aguardado não apenas como mais um na contagem, mas como uma peça-chave que pode solidificar uma condenação histórica e unânime ou introduzir complexidades que prolonguem o desfecho final.

Independente da direção que o voto tome, a mensagem já parece clara: o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição, está enviando um sinal robusto de que tentativas de subverter a ordem democrática serão enfrentadas com todo o rigor da lei.

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