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sábado, 3 de maio de 2025 às 10:45 GMT+0

Feridas da infância: Como a reparentalidade cura traumas e transforma sua vida adulta - Um guia resumido

As experiências da infância moldam quem somos na vida adulta, influenciando nossos relacionamentos, escolhas e até a forma como nos tratamos. Muitas vezes, carregamos traumas não resolvidos sem perceber seu impacto. A técnica terapêutica da reparentalidade surge como uma ferramenta poderosa para curar essas feridas e evitar que padrões negativos se repitam nas gerações futuras.

O que é reparentalidade?

A reparentalidade é um processo terapêutico que envolve identificar e suprir necessidades emocionais não atendidas na infância. Nicole Johnson, conselheira profissional e autora do livro "Reparenting Your Inner Child", explica que essa técnica ajuda a desenvolver novas crenças e ferramentas para lidar com traumas passados.

  1. Cura emocional: Permite resolver conflitos internos que afetam a autoestima e os relacionamentos.
  2. Quebra de ciclos: Evita a repetição de padrões tóxicos na criação dos filhos.
  3. Autocompaixão: Ensina a tratar a si mesmo com a mesma gentileza que um pai ideal ofereceria.

Como funciona a reparentalidade?

Não se trata de agir como uma criança, mas de reconhecer e validar as emoções da "criança interior" ferida. A psicóloga Dra. Avigail Lev destaca que a técnica combina validação emocional com responsabilidade adulta. Por exemplo:

  • Validação: Aceitar sentimentos como medo ou tristeza sem julgamento.
  • Limites saudáveis: Agir com firmeza, mas sem críticas excessivas, como faria um pai equilibrado.

Exemplo prático:

Se uma pessoa cresceu com um pai crítico, pode aprender a se tranquilizar com frases como: "Eu sou digno de amor, independente do meu desempenho".

Sinais de que você precisa de reparentalidade:

O psicólogo Dr. Brian Razzino lista indicadores comuns:

1. Dificuldade em dizer "não" ou se defender.

2. Sensação constante de inadequação.

3. Medo de abandono em relacionamentos.

4. Estresse excessivo perto de figuras de autoridade.

Esses sinais sugerem que habilidades emocionais não foram desenvolvidas na infância e precisam ser trabalhadas na vida adulta.

Como começar?

Johnson sugere passos simples:

  • Autoconhecimento: Identificar como traumas passados afetam seu presente (ex.: autocobrança excessiva).
  • Diálogo interno: Substituir críticas por mensagens de apoio (ex.: "Eu mereço carinho").
  • Conexão com a criança interior: Fotos, músicas ou atividades lúdicas podem ajudar a resgatar memórias e oferecer conforto simbólico.

Exemplo de exercício:

Imagine confortar sua versão criança após uma situação dolorosa, dizendo: "Sei que foi difícil, mas você é amado do jeito que é".

Desafios e benefícios:

  • Dificuldade: O processo pode ser emocionalmente intenso, pois revivia dores passadas.
  • Ganhos: Maior segurança emocional, relacionamentos mais saudáveis e redução da autossabotagem.

A reparentalidade não é um ato de autoindulgência, mas um caminho de cura e transformação. Ao reconhecer e tratar feridas da infância, é possível romper ciclos de dor e construir uma vida mais equilibrada. Como destacam os especialistas, a jornada exige coragem, mas os resultados — tanto para si quanto para as gerações futuras — valem o esforço.

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