Pneumonia silenciosa: Sintomas discretos (ausência de febre) , riscos graves – Entenda a doença que preocupa o Brasil
 A pneumonia silenciosa, também chamada de pneumonia atípica, subclínica ou assintomática, tem chamado a atenção das autoridades de saúde devido ao aumento de casos no Brasil, especialmente em São Paulo. Diferente da pneumonia tradicional, essa forma da doença apresenta sintomas discretos, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta o risco de complicações graves. Com base em informações da Agência Einstein e especialistas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), este resumo explica as causas, sintomas, prevenção e tratamento dessa condição.
O que é pneumonia silenciosa?
A pneumonia silenciosa é uma infecção pulmonar que não apresenta os sintomas clássicos da pneumonia bacteriana tradicional, como febre alta, tosse intensa e dor no peito. Em vez disso, os sinais são mais leves e podem incluir:
- Febre baixa ou ausente.
 - Chiado no peito.
 - Cansaço e falta de disposição.
 - Dificuldade para comer (especialmente em crianças).
 - Pouca vontade de urinar.
 - Retração das costelas (em casos mais avançados).
 
Causas e microrganismos envolvidos
Os principais agentes causadores da pneumonia silenciosa incluem:
1. Bactérias como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.
2. Vírus respiratórios, incluindo influenza e Sars-CoV-2 (causador da Covid-19).
Segundo a pneumologista Marcela Costa Ximenes, da SBPT, esses casos representam cerca de 30% a 40% das pneumonias, com uma incidência de um a quatro casos para cada 1.000 pessoas.
Por que os casos estão aumentando?
O pneumopediatra Luiz Vicente Ribeiro, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o isolamento social durante a pandemia reduziu a exposição das crianças a vírus e bactérias, diminuindo sua imunidade natural. Com a retomada das atividades presenciais, especialmente em escolas, houve um aumento na circulação desses microrganismos, levando a surtos de pneumonia atípica.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por meio de:
- Avaliação clínica (histórico do paciente e ausculta pulmonar).
 - Radiografia de tórax.
 - Exames como PCR (para identificar vírus e bactérias).
 
O tratamento varia conforme o agente causador:
- Antibióticos comuns (como penicilina) não funcionam contra Mycoplasma, sendo necessários medicamentos específicos.
 - Casos virais podem exigir apenas repouso e hidratação.
 
Complicações possíveis
Se não tratada adequadamente, a pneumonia silenciosa pode levar a:
- Insuficiência respiratória ou cardíaca.
 - Sepse (infecção generalizada).
 - Derrame cerebral (AVC).
 - Encefalite (inflamação cerebral).
 
Prevenção
As medidas para evitar a infecção incluem:
- Higiene das mãos (álcool em gel e água com sabão).
 - Uso de máscara em locais fechados e lotados.
 - Evitar contato com pessoas gripadas.
 - Vacinação contra pneumonia pneumocócica (disponível no SUS para grupos de risco).
 
A pneumonia silenciosa é uma condição preocupante devido à dificuldade de detecção precoce, mas já é conhecida pela medicina. Embora os casos estejam aumentando, especialmente em crianças, a prevenção e o diagnóstico rápido podem evitar complicações graves. A vacinação e os cuidados básicos de higiene são essenciais para reduzir os riscos. Como destacam os especialistas, não há motivo para pânico, mas é fundamental estar atento aos sintomas e buscar atendimento médico se houver suspeita.
