Conteúdo verificado
terça-feira, 24 de dezembro de 2024 às 10:37 GMT+0

Jesus era Judeu ou Palestino? Polêmica sobre a série da Netflix " Virgem Maria " reacende debate histórico e geopolítico

A cinebiografia "Virgem Maria", lançada pela Netflix, reacendeu debates históricos e geopolíticos. A escolha de atores israelenses para interpretar Maria e José gerou críticas, com muitos alegando que Jesus, Maria e José eram palestinos. No entanto, essa questão é complexa e envolve interpretações históricas, religiosas e políticas que transcendem o tempo e os limites geográficos.

Contexto histórico

Judeia e Palestina na época de Jesus

  • Nascimento em Belém: Segundo o Novo Testamento, Jesus nasceu entre 4 e 6 AEC em Belém, uma cidade então localizada na Judeia e habitada por judeus.
  • Identidade Judaica: Jesus era judeu, parte de uma tradição religiosa que tinha como centro o Templo de Jerusalém. Seu nascimento ocorreu em uma época em que o nome "Palestina" ainda não designava uma entidade política.

O nome "Palestina" e suas origens

  • O termo "Palestina" apareceu pela primeira vez no século 5 AEC nos escritos do historiador grego Heródoto.
  • Após a revolta de Bar Kokhba (132-135 EC), o imperador Adriano renomeou a província romana de "Judeia" para "Síria Palestina", em uma tentativa de suprimir a identidade judaica da região.

A geopolítica moderna

  • Atualmente, Belém está localizada na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel. Sob essa perspectiva, Jesus pode ser considerado palestino de acordo com a geografia moderna, mas sua identidade religiosa e cultural permanece atrelada ao judaísmo.

Politização da identidade

A polêmica em torno da série da Netflix reflete divisões contemporâneas entre israelenses e palestinos.

  • Atores Israelenses: A escolha do elenco foi defendida pelo diretor como uma busca por autenticidade histórica.
  • Críticas: Muitos veem a escalação como problemática, especialmente considerando os conflitos atuais entre israelenses e palestinos.
  • Apropriação cultural?: Paula Fredriksen, historiadora, descreveu a alegação de que Jesus era palestino como um ato de apropriação cultural e política.

Reflexão: A humanidade comum

  • Apesar das disputas históricas e políticas, a mensagem central deveria ser a busca por uma Humanidade comum. Judeus, cristãos e muçulmanos compartilham raízes comuns e a crença em uma origem única para a Humanidade. Questionar divisões artificiais impostas pela história pode ser um passo em direção à reconciliação.

Trailer: Virgem Maria | Trailer oficial | Netflix

O debate sobre a etnia de Jesus transcende a história e reflete tensões contemporâneas no Oriente Médio. Jesus, sendo judeu, viveu em uma época em que a Palestina ainda não existia como conceito político, mas sua história e simbolismo continuam a ser apropriados por diversas narrativas. Este episódio nos convida a olhar além das divisões e a refletir sobre a universalidade de sua mensagem, que prega união, compaixão e entendimento mútuo.

Estão lendo agora

Os 10 mandamentos do crime: O código de conduta que rege as favelas do Comando Vermelho e que não mudam após a megaoperação do estadoO Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do Brasil, impõe um regime de regras estritas e punições sev...
Como a IA do Remini simula seu futuro filho? Descubra o fascinante poder por trás da "Trend do Filho"De maneira inusitada, as redes sociais foram invadidas por uma nova tendência, a "Trend do Filho", onde usuários compart...
Netflix em Setembro: Da luta Canelo vs. Crawford a clássicos inesquecíveis - Lançamentos da semana (08-14/09)A plataforma de streaming Netflix constantemente revitaliza o seu catálogo semanalmente, oferecendo novas opções de entr...