A máscara da zoação online: Jogadoras de vôlei Thaisa e Nyeme expõem o hate disfarçado e a blindagem psicológica
No cenário esportivo moderno, as jogadoras de vôlei Thaisa e Nyeme, do Minas Tênis Clube, enfrentam um desafio que transcende as quadras: a toxicidade das redes sociais. Em uma entrevista à CNN Brasil, as medalhistas olímpicas revelaram suas estratégias pessoais e eficazes para proteger o bem-estar mental, transformando a exposição online em uma fonte de crescimento e resiliência.
Este resumo desvenda os "truques" que blindam a mente das atletas, oferecendo um manual prático para lidar com o ódio digital.
Estratégias de defesa ativa e autoconfiança
As abordagens das atletas para neutralizar o impacto negativo são práticas e focadas na preservação da energia mental:
Bloqueio ativo e imediato (A tática de Thaisa):
- Ação direta: Thaisa adota uma postura de tolerância zero contra perfis que postam comentários ofensivos ou desrespeitosos.
- Filosofia: Sua ferramenta principal é o bloqueio imediato. A atleta resume sua filosofia em um "Ah, sai, tchau e bença, vai viver sua vida aí, pelo amor de Deus", negando espaço e atenção a interações tóxicas.
- Questionamento da fonte: Ela deslegitima a crítica ao questionar a autoridade moral dos haters, muitos anônimos, que "nunca devem ter entrado numa quadra" para entender a realidade do esporte.
Ignorância seletiva e foco no resultado (A tática de Nyeme):
- Proteção passiva: Nyeme, em muitas ocasiões, nem toma conhecimento dos comentários negativos, sendo alertada por terceiros, mas optando por não responder.
- A resposta da performance: Sua principal arma é a autoconfiança depositada em seu trabalho e nos resultados dentro de quadra. Suas performances são sua resposta silenciosa e mais eloquente aos críticos.
- Validação pessoal: A atleta compartilha que, após as Olimpíadas, críticos públicos voltaram atrás e pediram desculpas, validando a sua escolha de se manter focada e desengajada de conflitos.
Investimento contínuo em saúde mental
Para Thaisa e Nyeme, a "mente blindada" não é um acidente, mas um projeto contínuo de autodesenvolvimento:
- Busca por fortalecimento mental: Thaisa relata estar "estudando muito" e trabalhando ativamente em sua mentalidade para se manter firme e forte, reconhecendo que a blindagem emocional é uma necessidade da carreira atual.
- Prioridade à paz de espírito: Nyeme reforça que valoriza seu estado de paz de maneira inegociável, afirmando: "Estou tão bem, tão em paz, que não quero que ninguém tire a minha paz". Essa disciplina mental é a base para não se deixar perturbar por ruídos externos.
A relevância das estratégias no mundo digital
As táticas das atletas transcendem o esporte, tornando-se um poderoso guia de resiliência:
- Preservação da alta performance: A principal motivação é não permitir que o ruído das redes sociais interfira no rendimento dentro da quadra. O foco no jogo e no trabalho é considerado primordial.
- Defesa da saúde psicológica: Em uma era de crescente toxicidade online, as atletas oferecem um manual prático para proteger a saúde mental, base essencial para uma carreira e vida pessoal equilibradas e sustentáveis.
- Exemplo de empoderamento: Ao compartilhar seus métodos de defesa, elas se tornam referências de empoderamento, incentivando outras pessoas (atletas ou não) a estabelecerem limites claros e a não internalizarem críticas destrutivas.
- Questionamento da cultura do ódio: A escolha de não alimentar discussões e de descredibilizar haters anônimos é um ato de resistência que contesta indiretamente a normalização do ódio online, promovendo uma reflexão sobre a responsabilidade digital.
"O ódio digital raramente se apresenta com a honestidade da raiva explícita; ele prefere a armadura sutil da 'zoação', o escudo coletivo do 'humor' e a fofoca disfarçada de 'opinião', onde a maldade que não cabe na vida de quem a destila encontra refúgio e validação em grupos que se blindam na irresponsabilidade. A essência do hate é a covardia, não a intenção, e ele usa a 'liberdade de expressão' como salvo-conduto para o abuso, esquecendo que o dano é real, independentemente do sorriso que o acompanha. Enquanto permitirmos que o deboche seja uma máscara socialmente aceita para a hostilidade, e não repudiarmos veementemente esse tipo de 'humor' no esporte ou no cotidiano, estaremos normalizando o veneno e garantindo que a maldade continue a ferir impunemente."
Resiliência em ação
Thaisa e Nyeme demonstram que a "mente blindada" não significa ser insensível, mas sim construir ativamente uma fortaleza interior. Suas estratégias, que abrangem desde a ação prática de bloquear até a disciplina de ignorar e o investimento em autoconhecimento, compõem um conjunto essencial de ferramentas para a vida no século XXI.
