Recorde mundial de Surfe? Vini dos Santos e a onda de 30,5m em Nazaré - Estudo científico exclusivo

O surfe de ondas gigantes pode estar à beira de um novo capítulo histórico, com o potencial recorde mundial sendo disputado pelo atleta brasileiro Vini dos Santos. Um estudo científico minucioso coloca a proeza de Vini no centro das atenções, sugerindo que ele surfou uma onda que superou a marca atualmente reconhecida como a maior do mundo, em Nazaré, Portugal.
A tese do recorde: Onda de 30,5 metros
O núcleo da reivindicação é um rigoroso estudo acadêmico que aponta para uma marca monumental.
- O fato: O surfista Vini dos Santos pode ter surfado uma onda colossal em Nazaré no dia 25 de fevereiro de 2022.
- O estudo: A pesquisa foi apresentada pelo oceanógrafo Douglas Nemes no International Workshop on Waves, Storm Surges & Coastal Hazards, um evento científico de alto nível.
- A medição: Após ser aceito para publicação pela comunidade científica, o estudo concluiu que a onda atingiu aproximadamente 100 pés (cerca de 30,5 metros).
Impacto da potencial conquista
O possível novo recorde transcende o mundo esportivo, gerando relevância em três esferas importantes:
- Para o esporte: Representa o ápice do surfe de ondas gigantes, coroando anos de dedicação, coragem e domínio técnico em condições extremas.
- Para o Brasil: Coloca Vini dos Santos no panteão do surfe mundial, elevando o nome do país no cenário dos esportes radicais, ao lado de lendas como o alemão Sebastian Steudtner (atual recordista).
- Para a ciência: Valida uma metodologia avançada de medição, reforçando a oceanografia como uma ferramenta essencial para a certificação de recordes e para a compreensão das forças da natureza.
O método inovador de medição: A "régua humana"
Douglas Nemes, que já validou a maior onda surfada no Brasil (por Lucas "Chumbo"), emprega um método aprimorado ao longo de 20 anos, baseado em ciência sólida.
- Análise da postura do atleta: O processo se inicia com o estudo detalhado da posição do surfista (altura normal, ereta na prancha e na onda) para usá-lo como referência de medida.
- Criação de escala métrica: Utilizando fotografias e trigonometria, o surfista é transformado em um modelo matemático: a "régua humana" ou escala espacial referenciada.
- Cálculo da altura: Essa escala é inserida digitalmente nas imagens da onda gigante, permitindo que, através de cálculos trigonométricos precisos, a altura real da face da onda seja determinada.
O caminho inacabado para o reconhecimento oficial
Apesar da solidez do estudo científico, o processo final de homologação pelo Guinness World Records envolve complexidades e desafios:
- A decisão final do Guinness: A entidade oficial para a validação do recorde é o Guinness World Records, para quem a World Surf League (WSL) delegou a responsabilidade.
- Debate de metodologias: O método de Nemes compete com outras técnicas, como o uso de drones especializados (empregado, por exemplo, pelo atual recordista Sebastian Steudtner em parceria com a Porsche).
- Subjetividades do Surfe: Há um debate em curso sobre se o recorde deve exigir que o atleta "complete" a onda (fundão) e sobre a inevitável margem de erro em medições tão complexas.
A audácia humana apoiada pela ciência
A reivindicação de Vini dos Santos é um marco que une a audácia humana e o rigor científico. O estudo de Douglas Nemes fornece a base mais robusta e credível até o momento, já reconhecida pela comunidade acadêmica. Enquanto o Guinness World Records avalia as evidências e metodologias concorrentes, a proeza do brasileiro em Nazaré já se consolida na história como um dos feitos mais extraordinários e tecnicamente comprovados no surfe de ondas gigantes.