Frankenstein de Del Toro: A aclamação em Veneza, elenco estelar e quando chega na Netflix

A adaptação de 'Frankenstein' por Guillermo del Toro não é apenas mais um filme. É a realização de um sonho de décadas de um dos diretores mais aclamados do cinema, que, com seu olhar único, promete reviver o clássico de Mary Shelley. Aclamado com 13 minutos de ovação em sua estreia no Festival de Veneza, o filme já se posiciona como um dos grandes eventos cinematográficos do ano.
Por trás das câmeras: O sonho de uma vida
O projeto é a culminação de uma paixão de infância de Del Toro, inspirada na atuação de Boris Karloff no filme de 1931. Após o sucesso de 'Pinóquio', que lhe rendeu um Oscar, o diretor recebeu o aval da Netflix para dar vida a 'Frankenstein'. Ele esperou o momento ideal para garantir que a obra fosse realizada com a liberdade e o orçamento necessários para sua visão ambiciosa.
O elenco estelar e suas transformações
O filme conta com um elenco de peso, com atuações que prometem surpreender:
- Oscar Isaac como Victor Frankenstein: O ator descreveu sua experiência com Del Toro como um "banquete" criativo, em que sentiu total liberdade para explorar o cientista brilhante e atormentado.
- Jacob Elordi como a Criatura: Elordi substituiu Andrew Garfield e, com apenas três semanas de preparação, se transformou completamente para o papel, tornando-se praticamente irreconhecível. Ele afirmou que a experiência foi a realização de um sonho.
- Mia Goth como Elizabeth: A atriz interpreta a noiva de Frankenstein, que, surpreendentemente, desenvolve uma conexão mais empática com a Criatura do que com seu próprio noivo.
- Christoph Waltz também faz parte do elenco em um papel ainda não revelado, adicionando mais talento ao time.
Uma abordagem visual e narrativa única
Fiel à sua assinatura, Del Toro se aprofunda na história com escolhas inovadoras:
- Narrativa em partes: O filme é dividido em três atos. A história é contada do ponto de vista de Victor Frankenstein e da Criatura, permitindo ao público uma compreensão mais profunda das motivações de ambos.
- Humanização da criatura: Em vez de ser apenas um monstro, a Criatura é apresentada com uma beleza intrínseca, ressaltando sua humanidade e a crueldade com a qual é tratada por seu criador e pela sociedade.
- Efeitos práticos em primeiro lugar: Del Toro prioriza o uso de cenários e maquiagens reais, usando CGI apenas quando indispensável. Para ele, os efeitos práticos oferecem uma "proteína para os olhos", ou seja, uma experiência mais autêntica e substancial para os atores e o público.
Temas profundos e relevância na atualidade
A obra mergulha em questões atemporais e urgentes:
- O que é ser humano?: O filme questiona o que nos define como seres humanos. Ele celebra a imperfeição e a complexidade, apresentando personagens que não se encaixam em visões simplistas de bem e mal.
- Não é uma alegoria sobre IA: Embora o tema tenha ressonâncias com a inteligência artificial, Del Toro esclarece que sua intenção não é criar uma metáfora tecnológica. A obra é, na verdade, uma resposta artística a um "tempo de terror e intimidação", reforçando a necessidade de amor e humanidade em um mundo polarizado.
Primeiras reações: Entre ovação e cautela
A recepção inicial em Veneza foi mista, mas majoritariamente positiva:
- Opiniões positivas: Veículos como o Hollywood Reporter elogiaram a obra, chamando-a de "um dos melhores trabalhos de Del Toro" e destacando sua escala épica. O filme já é considerado um potencial candidato a prêmios.
- Opiniões cautelosas: Alguns críticos, como do The Independent, viram o filme como um "espetáculo com pouca substância", questionando a energia da narrativa e a longa duração de 149 minutos.
O filme Frankenstein chegará aos cinemas em outubro e na Netflix em novembro.
Uma ode à imperfeição humana
A adaptação de 'Frankenstein' por Guillermo del Toro é mais do que uma releitura. É a realização de uma paixão pessoal, executada com maestria artística e um profundo senso de responsabilidade para com o material original. Seja aclamado como uma obra-prima ou visto como um projeto ambicioso, o filme é um lembrete de que o cinema pode ser um meio para grandes ideias e um convite para permanecermos humanos em um mundo complexo.